Covas do Monte. Foto de Carlos Poças.
Uma reforma do sistema de comércio de licenças de emissões da UE, que vai ser votada pelo Parlamento Europeu na próxima semana, poderá permitir a atribuição de mais de 230 mil milhões de euros em subsídios às indústrias poluidoras, conclui um relatório do Corporate Europe Observatory.
O relatório revela que alguns dos maiores poluidores da UE estão a exercer enorme pressão para receberem subsídios de 230 biliões de euros entre 2021 e 2030. Não foi por acaso que os comissários do Clima e Energia se reuniram com lobistas de negócios sete vezes mais do que com grupos de interesse público para discutir o futuro do maior esquema de comércio de emissões de gases de efeito estufa do mundo, diz o relatório.
Estas pressões, lideradas pela gigante petrolífera Shell, pela siderúrgica ArcelorMittal e pela associação europeia da indústria siderúrgica Eurofer, traduziram-se num volume de licenças de emissão livres no valor de mais de € 175 biliões. Além disso, as energéticas estão a pressionar no sentido de obterem um esquema que compense a subida de preços da eletricidade causada pelo comércio de emissões - o custo total desses subsídios poderá atingir 58 biliões de euros adicionais, acrescenta o documento. Tudo orquestrado para favorecer o aumento substancial dos lucros dos poluidores, com evidentes prejuíozos para os cidadãos que terão que pagar a fatura, denuncia Oscar Reyes, coautor do relatório. Via EDIE.
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