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Conselheiros de Trump pretendem privatizar terras de tribos índias ricas em petróleo e carvão.
«Devíamos retirar as terras tribais do domínio público», afirmou Markwayne Mullin, um representante republicano de Oklahoma e membro dos Cherokee que co-preside à Coligação de Assuntos Nativos Americanos de Trump.
Esta ideia, que sintoniza com o plano de Trump de liberalizar a produção de energia, pode provocar enormes divisões na Nação Índia, uma vez que não há consenso quanto ao equilíbrio entre desenvolvimento e conservação.
A desregulamentação da extração de gás e petróleo representa para muitos índios uma violação da cultura e da auto-determinação tribal.
«Os nossos líderes espirituais opõem-se à privatização das nossas terras, o que significa a comoditização da natureza, da água e do ar que consideramos sagrada», disse Tom Goldtooth, membro das tribos Navajo e Dakota que dirige a Indigenous Environmental Network.
«A privatização tem sido a meta desde a colonização - para roubar a soberania à Nação Índia»,
acrescenta Goldtooth.
A Nação Índia poderia beneficiar imenso da exploração dos recursos no seu subsolo. O Conselho de Tribos de Recursos Energéticos, um consórcio tribal de energia, calculou em 2009 que os recursos energéticos índios valiam cerca de US $ 1,5 trilião, e, em 2008, o Bureau of Indian Affairs garantiu que os territórios índios continham cerca de 20% das reservas de petróleo e gás inexploradas nos EUA. A desregulamentação poderia beneficiar petrolíferas privadas como a Devon Energy Corp, a Occidental Petroleum e a BP, que têm tentado negociar concessões em terras índias.
A equipa de transição de Trump encomendou à Coligação de Assuntos Nativos Americanos a elaboração de uma lista de propostas para orientar a sua política índia em questões que vão desde a energia aos cuidados de saúde e educação. Mas os líderes desta equipa são abertamente adeptos das perfurações. Pelo menos três dos quatro membros da direção têm ligações à indústria do petróleo.
Mullin recebeu cerca de 8% cento do financiamento da sua campanha de empresas de energia, enquanto a co-presidente Sharon Clahchischilliage, - uma Representante republicana eleita pelo Novo México e membro da tribo Navajo - recebeu cerca de 15% de empresas de energia para a sua campanha. Swimmer é parceira de um fundo de investimento para índios que investiu imenso em companhias de petróleo e gás, nomeadamente a Energy Transfer Partners, a dona do oleoduto alvo de protestos no Dakota do Norte. O outro líder, Eddie Tullkis, ex-diretor do Poarch Band of Creek Indians, no Alabama, está envolvido no jogo de casinos.
Várias tribos, incluindo a Crow Nation, em Montana, e o Southern Ute, no Colorado, assinaram acordos de mineração e perfuração que geram receitas que financiam programas de saúde, educação e infraestruturas. Mas uma imensa teia burocrática controla todas as tentativas para arrendar, hipotecar, minar ou perfurar, o que, dizem os críticos, apenas contribui para manter as tribos pobres.
A lei de Dawes, de 1887, ofereceu aos Índios parcelas de terreno privado para eles poderem ser considerados cidadãos norte-americanos. «A privatização de terras índias durante os anos 1880s foi um dos maiores erros da política federal índia», considera Kevin Washburn, membro da Nação Chichasaw. O Congresso adotou, em 1953, a política da «Termination» para facilitar a assimilação dos Índios na sociedade norte-americana. E assim se retiraram mais de 10 mil Km2 de terras ao controlo das tribos e 12 mil Índios perderam a sua identidade tribal.
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