«O leitor já deve ser experiente em horas de espera em consultórios médicos. A gente entra, dirige-se ao balcão - o doutor hoje está atrasado! Senta-se numa cadeira de plástico desconfortável e começa a olhar para a mesinha que tem revistas. Uma é da ordem dos especialistas do ramo, outra é do anuário duma grande farmacêutica, outra duma instituição de toxicodependentes, com sorte encontrará uma revista do ano passado que um paciente, como nós, ali deixou por esquecimento. A gente paga quarenta, oitenta, cem euros de consulta, mas não há atenção orçamental para uma revista da semana, um jornal diário ou um diário do Torga! E o doutor, claro, é bom, tem tempo de espera! Olha se fosse no Centro de Saúde! Já estaria meia sala a rogar pragas às funcionárias, aos médicos e ao estado! Mas ali não! A gente paga bem! O médico é bom! Tem de se esperar e bufar pouco!» Luís Neves in Para que serve o Correio da Manhã.
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