Guildhall, Peterborough. Imagem retirada daqui.
O perigo de cidades demasiado inteligentes e pouco humanas
por Antoni Gutiérrez, in El País 13abr2016
A euforia das cidades inteligentes onde a tecnologia era rainha, parece estar a abrandar e a mudar de paradigma, onde o planeamento urbano volta a colocar as pessoas inteligentes no epicentro das suas preocupações.
Estamos a falar da transição de um cidadão-consumidor, que se limita a usar a tecnologia e a ser um mero emissor de dados, para um cidadão inteligente que faz uso ativo de todas as ferramentas ao seu alcance, e que protagonisa a sua condição de cidadania com uma tecnologia que permite reapropriar-se da cidade, dos seus espaços e dos seus serviços.
Peterborough recebeu o prémio Smart City 2015. Esta cidade inglesa desenvolveu o seu projeto de smart city mas colocando as pessoas no centro da sua proposta. Não se pretendia introduzir novas tecnologias mas descobrir as necessidades dos cidadãos e as soluções sugeridas por eles. Tel-Aviv recebeu o prémio Smart City 2014. O objetivo do seu projeto não foi desenhar centros urbanos totalmente ordenados e previsíveis, mas aproveitar a tecnologia para se adaptar à complexidade, à imprevisibilidade e ao fluxo constante que neles se produz.
Estamos, pois, perante uma mudança de planeamento que pretende aproveitar as virtudes da tecnologia para resolver problemas sociais.
As cidades humanas precisam de tecnologia adaptada às suas necessidades. Sem a cumplicade da cidadania, o desenvolvimento das cidades inteligentes é mais que improvável. Os habitantes de uma cidade não podem limitar-se a ter um papel passivo como utilizadores das tecnologias: devem aproveitar a sua condição de cidadãos inteligentes e participar ativamente na busca de soluções partilhadas.
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