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- A Fundação Drogba recolheu 1,7 milhões de libras de donativos para construção de um hospital na Costa do Marfim mas até agora só 14 mil libras foram aplicadas e o hospital está vazio. Daily Mail.
- Schäuble, o ministro alemão das Finanças tutela uma empresa, a Bundesdruckerei, que tinha negócios com uma firma fictícia criada no Panamá. Podia saber tudo, porque a informação lhe era oferecida de bandeja. Preferiu ignorar. RTP.
- « (…) A euforia e o “carnaval” feito por alguns em relação à “maior investigação jornalística da História” (“investigação” como?, se, claramente, alguém forneceu as informações de mão beijada ao jornal alemão que despoleteu este caso, o que, desde logo, denuncia a existência de um interesse concreto por detrás dessa iniciativa…) têm tocado a mais absoluta indigência intelectual, para não dizer, mesmo, autêntica patetice. Os “Panama Papers” não passam, na verdade, de uma grande manipulação, como se pode ver pelos atores envolvidos, pela escolha cuidadosa dos alvos e pelo tipo de aproveitamento mediático que está a ser feito, mundialmente, dos factos disponibilizados. Os factos, obviamente, não são falsos, mas essa é uma estratégia de manipulação tão velha como a própria humanidade: escolher apenas alguns factos e expô-los de uma certa maneira, para, assim, criar um sentido conforme a interesses pré-determinados. (…) Por seu turno, o “Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos” (ICIJ, na sigla em inglês), que não está realmente a investigar nada, mas apenas a gerir o material fornecido pelos autores da fuga deliberada de informação, é uma entidade sustentada e organizada inteiramente pela organização norte-americana Center for Public Integrity (CPI) – “Centro para a Integridade Pública”, cujos financiadores incluem a Fundação Ford, a Fundação Carnegie, o Fundo da Família Rockefeller, a Fundação W.K. Kellogg e a Fundação Open Society (criada por George Soros).(…) Para o Sputnik News, a inclusão do primeiro-ministro britânico David Cameron nos “Panama Papers”, está longe de ser exceção: ela acontece no momento em que Cameron prepara um referendo de saída de seu país da União Europeia, o que desagrada a boa parte da Europa ocidental e, particularmente, a Alemanha. (…) Finalmente, o tipo de aproveitamento feito pela mídia internacional dos “Panama Papers” só pode ser classificado como um verdadeiro escândalo. De facto, por que motivo o rosto do presidente russo, Vladimir Putin, aparece a ilustrar todos os artigos relacionados com este caso, se os documentos vazados não citam o seu nome, mas apenas implicam pessoas próximas dele? Isso tem um nome: manipulação grosseira. (…) Além de focar em Moscovo e ignorar as corporações norte-americanas (talvez por estas não precisarem do Panamá, pois têm, em casa, o offsohore de Delaware), os “Panama Papers” também visam o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, que acaba de se livrar, pelo menos de momento, de um processo de impeachment por ter usado dinheiro público para reformar uma residência particular. (…) Isso não é acidental. Os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) são, presentemente, os principais alvos das potências imperialistas hegemónicas, por várias razões, entre elas o plano de realizar comércio e negócios nas suas próprias moedas, evitando o dólar norte-americano; a criação do banco de desenvolvimento dos BRICS; a intenção de aumentar a integração na Eurásia, simbolizada pela hoje convergente “Rota da Seda”, impulsionada pela China e pela União Económica da Eurásia, liderada pela Rússia. (…) a corrupção não é apanágio exclusivo dos “suspeitos” do costume, ou seja, dos países da África, Ásia e América Latina. Na verdade, a corrupção é intrínseca ao capitalismo. O seu combate nos marcos desse sistema é necessário e possível, mas será sempre limitado. Por outro lado, a luta global contra o referido fenómeno, para ser efetiva, não pode ser feita com base na política de dois pesos e duas medidas praticada pelo Ocidente.(…)» João Melo in Panama Manipulation – Rede Angola 11abr2016.
- Suite 605 (5): «“Estamos a ser atacados na nossa própria casa!” Foi assim que o presidente norte-americano, George W Bush, reagiu aos ataques da al-Qaeda durante os atentados de 11 de Setembro de 2001. Portugal está a ser assaltado por uma rede de “piratas e terroristas fiscais” e parece que todos permanecemos num estado de apatia e inconsciência colectiva. As grandes empresas sediadas no continente também não pagam impostos. A Galp Energia e a PT recorreram a holdings na Holanda para beneficiar de um expediente fiscal que não ultrapassa os 5%. Os bancos que gastam fortunas em salários e prémios de gestão, que apresentam resultados astronómicos em contra-ciclo da economia e distribuíram dividendos aos accionistas. E que usufruem de um regime tributário reduzido, receberam 12 mil milhões de ajuda, o que corresponde a 15,4% do total do empréstimo de 78 mil milhões de euros para resgatar a dívida de Portugal. Leona Helmsley uma multimilionária norte-americana, dizia que “nós não pagamos impostos. Só os pequenos contribuintes pagam impostos”. A sonegação fiscal corrompe a integridade dos sistemas tributários, criando distorções económicas que beneficiam os infractores e penalizam os contribuintes que seguem uma conduta eticamente responsável. O estado de bancarrota a que o país chegou é oficialmente explicado pelo elevado valor da dívida e pelos mercados especulativos que fizeram disparar as taxas de juro dos empréstimos. Não são muitos os que questionam o facto de termos pedido tanto dinheiro emprestado para tão pouco investimento público em benefício da comunidade. Temos de ser claros. Há uma elite corrupta que controla a economia e o poder político e que se recusa a pagar impostos.» João Pedro Martins, Suite 605 – SmartBook 2011, p16.
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