Imagem retirada daqui.
«(…) Este automatismo permite que o desconto que a lei prevê chegue finalmente a quem precisa. Até agora, a EDP e a Endesa acabavam por encaixar no seu lucro o dinheiro dos descontos, que não chegavam a ser atribuídos. A barreira no acesso à tarifa social era a burocracia do pedido formal pelo cliente, que permitiu que as empresas ficassem com dezenas de milhões de euros que deviam ter chegado às famílias mais pobres. A EDP até foi multada por criar obstáculos indevidos. (…) Perante o anúncio da automatização do acesso à tarifa social, o presidente da espanhola Endesa, Ribeiro da Silva (que governou com Cavaco), apressou-se a ameaçar com a diminuição da qualidade do serviço, em desrespeito pelo serviço público a que está obrigado. Pelo seu lado, o presidente da EDP de capitais chineses e norte-americanos, António Mexia (ex-ministro de Santana Lopes), correu a exigir que fossem os consumidores ou os contribuintes a pagar a tarifa social. Tudo menos tocar nos lucros astronómicos da EDP. E como, nestes momentos, nunca pode faltar o habitual burocrata da Comissão Europeia, logo se juntou um comissário espanhol da energia, apresentando em entrevista "a teoria da Comissão" (sic): a pobreza energética "deve ser regulada [pelo Estado] a partir das políticas sociais".
Toda esta excitação dos donos da energia, empenhados em colocar a tarifa social na despesa pública, demonstra uma coisa muito simples: foi um erro grave privatizar empresas estratégicas, como a EDP e a REN, a favor de poderes externos, a quem nada interessam as condições de vida do povo português.»
Mariana Mortágua in De quanta pobreza se fazem os lucros da EDP – JN 8mar2016.
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