terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Bico calado

  • «Durante o fim-de-semana, o Ministro da Cultura [João Soares] foi à Alemanha, para apoiar realizadores e actores portugueses, enquanto que todos os outros ministros do Governo percorreram o país, explicando o novo Orçamento de Estado em sessões de esclarecimento civil. Num país onde a Cultura foi cronicamente tratada como uma extravagância - o Governo anterior chegou a abolir o Ministério da Cultura - e onde a iliteracia financeira é um problema grave, o novo Governo aposta em defender a cultura nacional e em explicar o orçamento aos cidadãos. Comentário dos apoiantes da Direita: "Ah e tal, eles andam é a passear!", como se só existisse trabalho quando o trabalhador está agrilhoado a uma secretária, ou a uma linha de montagem. Esqueçam lá aquela época em que o Paulo Portas passou meses a percorrer o mundo, acompanhado pela comitiva da Mota-Engil, facilitando contratos para empresas privadas e vendendo empresas públicas. O importante é criticar ministros que andam pelo país a explicar o Orçamento de Estado. Fofos, não são?» Uma Página Numa Rede Social.
  • «(…) Finalmente, por cá há um patriota a quem a possibilidade de investidores chineses entrarem no capital da TAP está a incomodar fortemente. Chama-se Pedro Passos Coelho e afirma: “não sabemos de que maneira é que o interesse público está definido e defendido.” Por acaso este Pedro Passos Coelho é o mesmo que foi primeiro-ministro de Portugal entre 2011 e 2015. Por acaso foi durante o seu consulado que a empresa pública chinesa China Three Gorges se tornou o maior acionista da EDP; que a chinesa State Grid se tornou, com 25% das ações, a maior acionista da REN – Rede Elétrica Nacional; que o grupo chinês Haitong comprou o BESI; que o grupo privado (?) chinês Fosun comprou a Fidelidade e a BES Saúde, hoje Luz Saúde… Felizmente, nessa altura, Passos Coelho sabia muitíssimo bem de que maneira é que o interesse público estava definido e defendido. É uma pena que não tenha decidido partilhar essa definição e essa defesa com os seus concidadãos. Mas, claro, este caso da TAP é gravíssimo. Enfim, provavelmente há uma relação umbilical: com mercados em baixa, a hipocrisia política está em alta.» Nicolau Santos in Da hipocrisia na política europeia e portuguesa – Expresso Diário 15fev2016, via Estátua de Sal.
  • O Ocidente critica a Rússia pelos ataques que faz na Síria, mas ao mesmo tempo congratula-se pelo êxito dessas operações contra o Daesh e contra o terrorismo. Depois do envolvimento da Rússia no conflito, o ocidente passou a falar de vítimas civis, mas até aí, enquanto os EUA e os seus aliados bombardeavam o Daesh em 2014, nunca falou nisso. Porque será que agora, os mesmos que apoiaram a carnificina do Iraque e não tiveram pejo em divulgar cenas daquela carnificia, agora fingem ser humanitários preocupados? «Bombas ocidentais - boas, libertam pessoas; Bombas russas – más, matam civis inocentes» será isto o que querem dizer? RT.
  • O Toronto Star de 15 de fevereiro insiste numa estória publicada em 9 de janeiroSumário: Uma empresa de reciclagem público-privada para reciclar pneus recebe 4.25 dólares por cada pneu vendido, o que, num ano, representa 80 milhões de dólares. Á sombra desses milhões, não faltam jantares bem regados, passeios de barcos, estadias em hotéis de luxo e outras mordomias. E ainda donativos para as campanhas eleitorais do partido Liberal. 

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