La Rose des Vents, Ilha de Reunião. Mural de Seth
Globepainter, foto de Arrested Motion.
- «Não deixa de ser estranho que, apesar da narrativa, Maria de Belém não tenha disponibilizado o seu registo de interesses referente à X Legislatura, precisamente aquela em que assumiu a presidência da CP de Saúde e a avença de consultoria na Espírito Santo Saúde. Para quem afirma a defesa intransigente do interesse público, não vejo motivo que justifique esta omissão. Ninguém discute a legalidade deste acumular de funções mas qualquer pessoa percebe que existe algo de muito pouco ético para além da lei que o permite. Legal ou não, Maria de Belém representa, como nenhum outro candidato nestas presidenciais, a opacidade da acumulação de funções públicas e privadas que tão bem caracterizam a central de negócios em que se transformou o Parlamento português. Não admiram os valores desastrosos que as sondagens lhe vêm atribuindo. Os portugueses começam a ficar fartos destas coincidências.» João Mendes in Aventar.
- «Como dizia Espinosa, as pessoas (e eu diria, também as sociedades) regem-se por duas emoções fundamentais: o medo e a esperança. O equilíbrio entre elas é complexo mas precisamos das duas para sobreviver. O medo domina quando as expectativas de futuro são negativas ("isto está mau mas o futuro pode ser pior"); por sua vez, a esperança domina quando as expectativas de futuro são positivas ou quando, pelo menos, o inconformismo com a suposta fatalidade das expectativas negativas é amplamente partilhado. Trinta anos depois do assalto global aos direitos dos trabalhadores; da promoção da desigualdade social e do egoísmo como máximas virtudes sociais; da imposição mais ou menos negociada de tratados de livre comércio totalmente controlados pelos interesses das empresas multinacionais; da supremacia total do capital financeiro sobre o capital produtivo e sobre vida das pessoas e das comunidades – depois de tudo isto, combinado com a defesa hipócrita da democracia liberal, é plausível concluir que o neoliberalismo é uma máquina imensa de produção de expectativas negativas para que as classes populares não saibam as verdadeiras razões do seu sofrimento, se conformem com o pouco que ainda têm e sejam paralisadas pelo pavor de o perder.» Boaventura Sousa Santos in As esquerdas: pactos, Constituição e hegemonia – Público 6jan2016.
- «No Porto - que é uma cidade mais aberta e menos tacanha - os turistas e estrangeiros são justamente celebrados. Em Lisboa que é uma cidade linda e acolhedora há alguns asquerosos reacionários que amaldiçoam a "invasão".» Miguel Esteves Cardoso in Benditos estrangeiros – Público 6jan2016.
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