- «O medo é uma componente da sociedade portuguesa. Três séculos de Inquisição, de cantochão e de arrocho, de superstição e de fanatismo, com mais 50 anos de fascismo, fizeram dos portugueses um povo amedrontado e receoso do futuro, tido como maléfico pelas forças mais conservadoras. Quando Pedro Passos Coelho, num cabisbaixo discurso, no dia do adeus, diz que não abandona Portugal, a frase morre pelo ridículo e pelo descaramento. Foram ele e os seus que empobreceram o país, que enviaram um milhão de miúdos para a fome e para a penúria, que desprezaram os velhos, que tentaram liquidar a escola pública, o Sistema Nacional de Saúde, e a Segurança Social para os fojos, que tornaram a pátria num protectorado alemão – e têm agora, suprema injúria!, o descoco de usar as frases do cordeiro.» Baptista Bastos in Isto vai, meu dilecto, isto vai – JNegócios 13nov2015.
- «(…) deixem a direita falar nos próximos dias e mostrar o que quer para Portugal. Isso para já basta e só teria vantagens. (…) como os mercados se mantêm fora de jogo, para desgosto dos combalidos ministros que foram rejeitados, fica tudo às claras. O único factor de instabilidade e de perturbação é o retorcido sentimento de vingança da direita, que não perdoa ao parlamento a desfeita. A direita espuma de raiva e não o consegue disfarçar. Essa desorientação vai fazer com que acumule erros. (…) Vejam Paulo Rangel, de cabeça perdida nos debates em Portugal ou a fazer queixinhas num plenário em Bruxelas perante um comissário aturdido. Vejam Luís Montenegro pelos Passos Perdidos a invectivar desabridamente a escolha de oradores dos partidos que se lhe opõem. (…) Vejam Diogo Feio, logo o mais sensato dos dirigentes do CDS, a exigir o incêndio (…) agora Passos Coelho, só faltava ele, a exigir uma revisão constitucional aventureira, desenhada para lhe salvar a pele, esperando (espera alguma coisa?) que o PS o ajude nesse mister. O que estão a dizer a Portugal é que, perdendo a cabeça, nada mais lhes resta. Deixá-los pois exibirem a sua incontinência, a inflamação da direita só vai ajudar a reposicionar o governo como factor de estabilidade. (…) Não haverá melhor forma para o PS de recuperar o centro do que deixar exibir a cultura desse “segura-me se não eu bato-lhes” que Portas e Passos ensaiam desde o dia em que foram despedidos. Uma certeza podemos ter: o país, que é sereno como se sabe, não tem pachorra para essas garotices.» Francisco Louçã in Um conselho a António Costa, Catarina e Jerónimo de Sousa: deixem-nos falar, isso para já basta – Público 13nov2015.
Recortes de notícias ambientais e outras que tais, com alguma crítica e reflexão. Sem publicidade e sem patrocínios públicos ou privados. Desde janeiro de 2004.
domingo, 15 de novembro de 2015
Bico calado
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