Imagem retirada daqui.
A Volkswagen ter-se-ia livrado do escândalo da poluição no Reino Unido? pergunta George Monbiot no The Guardian de 22 de setembro de 2015.
Pontos a reter:
1 O ministério do Ambiente britânico tem motivos para nos manter na ignorância. Em abril, o supremo tribunal condenou o Reino Unido por incumprimento da diretiva europeia da qualidade do ar e exigiu ao governo o seu cumprimento até ao fim deste ano. E que fez Liz Truss, ministra do Ambiente? Sacudiu a água do capote pedindo às autarquias locais para criarem zonas de ar limpo em pelo menos 8 cidades onde a circulação de motores a gasóleo fosse interdita. Porém, não lhes deu nem poderes nem verbas. Pior: não explicou como é que o seu plano iria resolver o problema no resto do país, como manda a lei.
2 A semana passada o Guardian revelou que 90% dos carros a diesel ultrapassavam 7 vezes os limites legais estabelecidos pela União Europeia em óxidos nitrosos. Para tal, usavam vários truques como retirar componentes do carro para reduzir o seu peso, usar lubrificantes especiais, encher os pneus em demasia e usar pistas de testes super macias. Em suma, o escândalo das emissões não se limita à VW, a um simples algoritmo, a um único país: deverá haver muitas variantes, tipo vigarice global.
3 Há muita coisa de errado na legislação corporativa dos EUA, mas, pelo menos, as multas, quando ocorrem, são suficientemente pesadas para obrigarem uma empresa a parar, e há a possibilidade de executivos culpados serem presos. Mas aqui no Reino Unido, onde a corrupção, como a poluição, é não só onipresente mas também invisível, as grandes empresas podem cometer quase qualquer crime de colarinho branco e fugir impunes. Esquemas do tipo que escandalizaram os EUA são, neste país, banais e passam despercebidos. Como podemos confiar em governos destes para defender a nossa saúde?
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