quinta-feira, 28 de maio de 2015

Reflexão – Deixem de chamar ao TTIP um Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento, porque não é.


Deixem de chamar ao TTIP um Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento, porque não é. Tudo não passa de um acordo corporativo de investimentos.

1 Esta negociata tem por objetivo deslocalizar empregos para o Vietname para que meia dúzia de investidores saquem a diferença dos salários. «Abrir as fronteiras para importar bananas em troca de fertilizante é comércio porque eles têm um clima que lhes permite cultivar bananas e nós já temos o respetivo fertilizante. Permitir que empresas deslocalizem empregos pagos a 30 dólares à hora para países com empregos de 60 cêntimos à hora para encher o bolso a meia dúzia de milionários não é comércio». 
2 Este Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento aplica-se a patentes, a propriedade intelectual e outros monopólios de modo a que os investidores recolham «rendas». 
3 Este TTIP permite que as multinacionais processem governos se as leis e os regulamentos provocarem reduções nos seus negócios. Permitir que tabaqueiras processem governos por causa de campanhas anti-tabágicas que lhes limitem os lucors não tem nada a ver com comércio. Permitir que petrolíferas processem estados que tentem regulamentar a fraturação hidráulica nada tem a ver com comércio.
4 Enquanto se dá a possibilidade das multinacionais processarem governos, o trabalho, o Ambiente, o consumidor não podem defender os seus direitos. Isto permite que as empresas destruam sindicatos, reduzam os salários e poluam a custo zero. Tudo isto aumenta o poder das corporações sobre os governos e sobre os cidadãos.
5 O próprio Paul Krugman já o disse: este TTIP não é um acordo de comércio. Trata-se de propriedade intelectual e de resolução de conflitos, sendo os grandes beneficiários as empresas farmacêuticas e as empresas que querem processar os governos.
6 Josh Bivens é da mesma opinião. Para ele, trata-se de um acordo que especifica quem ficará protegido da concorrência internacional e quem não ficará. E não há dúvida de que as maiores proteções contemplam os interesses corporativos norte-americanos.
7 Jim Hightower diz que este TTIP não é um acordo de comércio, mas um golpe de estado contra os cidadãos. Dos 29 capítulos, apenas 5 dizem respeito a matérias comerciais, sendo todos os outros sobre protecionismo para com as corporações. 

Fonte: Dave Johnson em Our Future.

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