- “E a culpa dos milhares de milhão que desapareceram para bolso oficialmente incerto acabou por voltar a não ser de ninguém. Não foi do Governo que nacionalizou mais um buraco escavado impunemente pela ganância da delinquência banqueira. Não foi de um regulador que voltou a mostrar que apenas gere aparências e não regula porcaria nenhuma. Não foi da cleptocracia angolana, com quem a família troika e as famílias banqueiras mantêm subserviências que há que manter custe o que custar porque apenas envergonham quem não enriquece à sua sombra. Não foi de nenhum dos ramos da família Espírito Santo porque ambos os ramos da família troika não estão mesmo nada interessados em revelar as proveitosas relações submarinas que durante três décadas mantiveram com a primeira: se vocês revelarem as nossas, nós revelamos as vossas. E o povo é quem mais ordena. Não aconteceu nada de tão grave assim ao ponto de fazer o ex-dono disto tudo perder aquela pose de soberano com a fortuna a salvo numa ilha com palmeiras e com tranquilidade suficiente para dizer que o dono disto tudo é o povo português. Bem vistas as coisas, um povo que não consegue organizar-se para usar a democracia de forma a retirar o poder à família troika, um povo que já pagou dois bancos mas que aceita pacificamente que o sector financeiro não seja nacionalizado e continue em mãos de outras famílias ilustres, um povo que nem sequer exige que seja vedada à banca comercial a transacção de lixos financeiros é um povo que apenas manda aquilo que o mandarem mandar. O soberano sabe que a oligarquia pode continuar a dormir descansada. O povo é sereno.” Filipe Tourais in O país do Burro.
- Mais de um quarto dos países a nível mundial participou direta ou indiretamente no programa de tortura da CIA. E Portugal foi um deles. O Senado norte-americano tentou esconder os nomes dos países envolvidos, tendo, para tal, usado um código de cores. Mas houve jornalistas que o descodificaram….
Recortes de notícias ambientais e outras que tais, com alguma crítica e reflexão. Sem publicidade e sem patrocínios públicos ou privados. Desde janeiro de 2004.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
Bico calado
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