Um sistema inteligente de gestão de resíduos sólidos urbanos para reciclagem está a ser desenvolvido por um mestrando de Computação Móvel do Instituto Politécnico da Guarda.
"Um dos componentes importantes deste processo são uns iBags, uns sacos especiais que têm um identificador eletrónico único que permite associar os mesmos ao tipo de resíduos e ao cidadão", explicou. Quando o saco estiver cheio, o cidadão dirige-se a um iEcoPonto, que reconhece o iBag e então é aberta a porta dos respetivos resíduos, que são pesados, sendo então enviada a informação através de uma rede implementada pelos próprios iEcoPontos.
"A informação disponível na base de dados permite-nos rentabilizar ainda mais o processo, recorrendo a um algoritmo de inteligência artificial que vai definir as rotas de recolha das viaturas em função da capacidade dos iEcoPontos estar ou não esgotada até à data da próxima recolha", acrescenta o investigador.
Há 20 anos, li uma reportagem de Abi Daruvalla publicada no The European, entretando extinto, que falava de esquema semelhante já aplicado em Amsterdão. Achei a ideia tão interessante que não hesitei em editá-la para ser publicada em Link-up, (vide página 132) um manual de língua inglesa para alunos do 10º ano, que publiquei, através da ASA, em coautoria com dois colegas. O Ambiente Ondas3 folga saber que, finalmente, alguém em Portugal pegou na ideia e parece estar a aprofundá-la. Porém, acho que o investigador ultrapassa as suas competências quando diz que o cidadão vai beneficiar com este projeto através da isenção ou da redução da taxa de tratamento de resíduos. Isso é matéria da exclusiva competência da autarquia, ouvida a Assembleia Municipal. E sabemos como funcionam as taxas de resíduos anexas à fatura da água. Sobre a desafetação destas taxas da fatura de água os responsáveis pelo projeto nada dizem. Porque será? As eventuais pressões ou influências do poderoso lóbi dos resíduos e da reciclagem não são, por agora, para aqui chamadas.
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