sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

A Praia dos Tubarões (18)

Silvalde, Espinho - mais uma vez se cumpriu a sina do mar comer a duna a sotamar do enrocamento.

“Também os vulgarizados ‘enrocamentos´, estruturas rochosas usadas como revestimento da praia emersa até uma cota superior ao nível da preia-mar de águas-vivas e os ´paredões’, estruturas em betão ou alvenaria, umas vezes de grande verticalidade, outras vezes inclinados, lisos ou em degraus, têm por objectivo teórico proceder à absorção da energia das vagas incidentes reduzindo o potencial erosivo das mesmas.
Ora acontece que aquilo que se verifica nas praias onde os enrocamentos e os paredões se encontram implantados é que as vagas ao rebentarem sobre tais estruturas reflectem, de facto, uma grande parte da sua energia incidente. No entanto, esta energia que é reflectida, de novo, para a zona de rebentação produz uma turbulência acrescida, da qual resulta muito rapidamente a erosão total da praia frontal ao enrocamento (ou ao paredão), bem como, o ataque das vagas sobre outras praias próximas a sotamar. Vai ser esta grande ação energética que se veriflca na base da obra aderente que acabará por descalçá-la conduzindo inevitavelmente ao seu desmoronamento.”

A Praia dos Tubarões, por Álvaro Reis, 2006, p74-75.

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