"Muitas câmaras municipais têm vindo a privatizar o negócio da distribuição de água com resultados desastrosos. A maioria dos acordos de privatização provoca o aumento escandaloso dos preços no consumidor.
Por outro lado, garantem-se rendas fixas e lucros por décadas para os privados, ficando os prejuízos por conta dos orçamentos camarários.
Numa situação de monopólio natural, como é o caso da água, os cidadãos correm sempre enormes riscos. E se a existência de um monopólio público já é problemático, no caso de o monopólio ser privado, só uma regulação independente e implacável com os interesses económicos poderia garantir um serviço de qualidade a um preço justo. O que em Portugal se tem revelado improvável.
Acresce que as concessões municipais estão e estarão destinadas àqueles que dominam todos os negócios públicos locais, os construtores e promotores imobiliários. Um monopólio natural como é a distribuição da água entregue aos patos bravos do imobiliário, vai aumentar os preços, compromete a qualidade do serviço e constitui um verdadeiro suicídio anunciado para as finanças dos municípios."
Paulo Morais, Rádio Renascença 17dez2012.
Sem comentários:
Enviar um comentário