sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Bico calado

  • Portugal sem nenhum navio patrulha operacional, lamenta a RTPMas temos dois submarinos. E que dois!
  • Jornalismo indigente – apenas simples “accidentes”? por Samuel.
  • António Borges à BBC, 14 setembro 2010: (1) no HFSB só há transparência para os sócios que pagam para terem um conhecimento restrito das modas dos negócios e dos mercados e, por isso, querem ver e usufruir do seu retorno; (2) tem que haver segredo/secretismo porque se esse conhecimento fosse extensivo a todo e qualquer investidor, deixaria de haver mercado. Ah, grande António, o tipo da BBC deu-te um nó cego que nem deste conta de ter dado um grande trambolhão! Youtube (8:44)

1 comentário:

OLima disse...

Já ouviu falar de “hedge funds”? São fundos de investimento fechados, por lei, a um grupo restrito de grandes capitalistas, que retiram dividendos do ataque de especuladores. Objetivo: destruir as economias, para conseguir lucro. Estes investidores têm acesso a informação que nem os mercados conhecem. Eis o centro das crises.

Os “hedge funds" são fundos de investimento que permitem a um grupo restrito de investidores investir o que têm e o que não têm. Literalmente. Os riscos podem ser elevados, perante más decisões, mas os ganhos podem atingir mil por cento. O problema é que uma má decisão afeta não só os investidores, como as economias dos países.

Só os investidores com elevado potencial financeiro têm acesso aos 'hedge funds', que são caracterizados pelo sigilo das operações e por uma regulação financeira inexistente.

Os ‘hedge funds’ – que atuam nos mercados de câmbios, ações, obrigações, matérias-primas, entre outros, e tentam explorar quedas de mercados e ineficiências de empresas – baseiam-se nas variações desses mesmos mercados e o seu objetivo é, naturalmente, permitir altos rendimentos aos investidores. A estratégia destes fundos é a especulação financeira, o que se repercute nas economias.

Mas os ‘hedge funds’ vivem do risco. E foi o efeito desse risco que os tornou mais conhecidos, quando, em 1998, na Rússia, estoirou a bolha das operações do famoso Long Term Capital Management que registou um rombo de milhões e pôs em causa todo o sistema bancário.

António Borges, atual consultor do Governo para as privatizações – que ganhou mais mediatismo quando apelidou de “ignorantes” os empresários portugueses que se manifestaram contra a Taxa Social Única –, é chamado a esta história porque foi líder do Hedge Funds Standards Board, o lóbi que representa estes fundos.

Em 2010, concedeu uma entrevista à BBC, ao programa Hardtalk, onde foi cilindrado por um jornalista bem informado que acusou Borges de ser parte de uma esquema que vive da especulação, retirando benefícios das vulnerabilidades das economias, moedas e ações de empresas.

O jornalista, Stephen Sackur, colocou em causa a falta de regulação dos ‘hedge funds’ e fez a questão: “Será que estes fundos querem o bem da sociedade?”. Onde estará a raiz das crises económicas que se alastram? Por que razão os Governos permitem que estes investimentos secretos e sem regulação se mantenham com estas características?

Talvez se comece a perceber a origem da crise, culpa da incapacidade dos Governos e das estratégias ferozes de especuladores que exploram as fraquezas das economias. Borges é colocado perante incongruências de discurso e ‘apanhado’ na teia das suas próprias palavras.

Os investidores nos ‘hedge funds’, assume Borges, têm “toda a informação de que precisam”, informação que nem o mercado conhece… Mas Stephen Sackur lembra que más decisões de investidores podem arrastar uma economia para uma crise irreparável…

http://apodrecetuga.blogspot.com/2012/10/antonio-borges.html