Brigadeiro Carlos de Azeredo, 4 de abril de 1975, Funchal. Foto: Rui Carita
O brigadeiro Azeredo, que fora enviado para a Madeira pelo general Spínola - chefe de milícias de extrema-direita a que, pomposamente de Madrid, dava o nome de Movimento Democrático de Libertação de Portugal demitiu Martins a 4 de setembro de 1975, acusado de ter feito um julgamento popular contra jovens ligados à FLAMA.
Spínola era imponente e determinado, distinguia-se pelo uso de um monóculo e pelo mesmo nariz comprido e pose litúrgica de Salazar. Dele dizia um velho ferroviário comunista que conheci, que «devia pôr o monóculo no cu para ver a merda que fez». Nunca foi levado a julgamento pelos atentados que fizeram mortos nem pela perseguição e destruição de sedes de partidos e sindicatos. Era a normalidade democrática, imposta depois do golpe do 25 de Novembro de 1975, com a vitória da democracia liberal contra a democracia popular.
Raquel Varela, O canto do melro – A vida do Padre José Martins Júnior – Bertrand 2024, p 151.

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