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segunda-feira, 13 de outubro de 2025

BICO CALADO

Peter Schrank, The Economist.
  • “(…) havia dez grandes razões para não dar a este homem violento e ameaçador o Prémio Nobel. Aqui vão: 1. Viola todas as leis, organiza a violência, deporta pessoas sem julgamento para prisões em ditaduras que suborna, cria um ambiente de guerra civil. 2. Conduz uma guerra contra aquilo a que chama o “inimigo interno”, os americanos que dele discordam e exercem os seus direitos cívicos debaixo da ameaça de despedimentos, espancamento, prisões. A classificação de “guerra” é dele. 3. Mudou o nome do Departamento de Defesa para Departamento da Guerra, introduzindo uma linguagem bélica nas forças armadas americanas muito para além das ameaças à segurança americana. 4. Conduz uma nova guerra contra a Venezuela a pretexto de combater os cartéis da droga, procedendo a execuções extrajudiciais, e criando um risco, por exemplo, para os pescadores venezuelanos que temem sair para o mar e serem tomados por barcos de drogas. 5. Nunca seria possível Israel ter feito o que fez em Gaza sem o apoio de Trump. O que ele agora diz que quer “remediar” para haver “paz” foi aquilo que ele incentivou, consentiu e a que fechou os olhos. Se há genocídio em Gaza há dois responsáveis: Trump e Netanyahu. 6. Traiu e trairá aos soluços a defesa da Ucrânia de uma invasão estrangeira, impedindo a sua defesa eficaz e estendendo o tapete a Putin, que ameaça sem nunca cumprir. A defesa da paz implica que nunca haverá vantagem para o infractor, e Trump é mais hostil ao invadido do que ao invasor. 7. Ameaçou invadir a Gronelândia, o Canal do Panamá, e outros territórios soberanos, não de forma simbólica, mas real. Nunca afirmou que não usará a força para os subjugar. 8. A maioria das guerras com que ele diz ter “acabado” não sabe quais são, nem se existiam à data em que “acabou” com elas, ou se continuam, haja ou não haja acordo assinado na Casa Branca, apoiado por subornos e ameaças, as suas armas principais. Uma, entre o Egipto e a Etiópia, não existia; outra, entre a Sérvia e o Kosovo, está longe de acabar, embora o truque que ele usa seja chamar “guerras” a todos os conflitos, mesmo que não tenham expressão militar ou que, se a tiverem, se tratem de pouco mais do que escaramuças fronteiriças, que se repetem periodicamente e que tornarão a repetir-se. 9. Nalguns casos, como no conflito entre a Índia e o Paquistão, os responsáveis indianos literalmente gozaram com a afirmação de Trump de que tinha sido ele a “acabar” com o conflito. Na verdade, na Casa Branca devem andar a ver catálogos de conflitos pelo mundo inteiro para que o Presidente tenha mais uma “guerra” com que “acabar”. 10. Sim, acabou com uma guerra, a que disse que existia entre o Camboja e Arménia, como ele afirmou no seu discurso nas Nações Unidas. Acontece que essa guerra não existia, e seria absurda se alguém visse um mapa ou tivesse a mínima noção de geografia. Se houver algum dia uma guerra entre o Camboja e a Arménia, então merece mesmo o Prémio Nobel da Paz porque acabou com ela por antecedência.» José Pacheco Pereira, Porque é que Trump nunca, jamais, em tempo algum, deveria ter o Nobel da Paz - Público.
  • A mesma mulher que afirmou que a Rússia estava a retirar chips de máquinas de lavar louça e frigoríficos para reparar o seu equipamento militar, está agora a tentar mobilizar €800 mil milhões para “se defender” desses mesmos frigoríficosFoicebook.
  • Uma série de investigações da MintPress News revelou uma rede de centenas de ex-agentes da CIA, FBI e outras agências de três letras, bem como altos funcionários do Departamento de Estado e da NATO a trabalhar em gigantes das redes sociais, como Facebook, Google, TikTok e Twitter. Esses indivíduos estão concentrados principalmente em departamentos politicamente sensíveis, como confiança e segurança, proteção e moderação de conteúdo, o que significa que esses ex-espiões e funcionários de inteligência estão a ajudar a influenciar o que biliões de pessoas em todo o mundo veem, leem e ouvem (e a decidir quem é promovido e quem é suprimido). A divulgação desta informação foi tornada pública e causou um grande rebuliço, sendo divulgada por grandes meios de comunicação, tornando-se viral online e até mesmo sendo usada como prova em uma audiência no Congresso. Fonte.

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