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terça-feira, 3 de junho de 2025

LEITURAS MARGINAIS

“Outro aspeto dos planos de contra-insurreição era o controlo da população. A Agência para o Desenvolvimento Internacional (AID), criada em 1961, foi o principal foco do financiamento estatal dos EUA. Utilizando o falso pretexto do ‘problema do excesso de população’, em vez do imperialismo, como causa da pobreza e da fome em massa, o controlo da população passou a ser defendido como o dilema mais importante que o ‘mundo moderno’ enfrentava. Sob o pretexto do ‘planeamento familiar’, a AID começou a financiar uma vasta gama de organizações públicas e privadas, fundações e igrejas que forneciam formação, equipamento e clínicas para programas de controlo da natalidade. Entre 1968 e 1972, ‘os fundos destinados a programas populacionais através de legislação e obrigados pela AID ascenderam a mais de 250 milhões de dólares’.

A América do Sul recebeu a maior percentagem deste financiamento. Para além de material educativo, pílulas anticoncepcionais, DIUs e outros produtos farmacêuticos desenvolvidos por uma lucrativa indústria genética e biotecnológica nos centros imperialistas, o principal objetivo do controlo da população continua a ser a esterilização. Entre 1965-71, estima-se que um milhão de mulheres no Brasil tenham sido esterilizadas. Em Porto Rico, 34% de todas as mulheres em idade fértil tinham sido esterilizadas em 1965. Entre 1963-65, mais de 40.000 mulheres na Colômbia tinham sido esterilizadas. Em contraste com estes programas no ‘Terceiro Mundo’, os centros imperialistas vêem restrições ao aborto e lutas pela escolha reprodutiva das mulheres.”

Gord Hill, 500 years of indigenous resistance - PM Press 2009, p 54. Trad. OLima 2025.

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