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sábado, 26 de abril de 2025

BICO CALADO

  • (…) Sim, há alternativa. O “vai-se andando”, “mais ou menos”, “faz-se o que se pode” foi substituído pelos médicos que abraçaram a comissão de moradores e foram com esta abrir um centro de saúde numa casa abandonada – ainda hoje existe esta extensão do centro de saúde no Seixal; quando as mulheres adultas foram para um piquete à noite e disseram que iam dormir fora de casa, sem autorização dos pais ou maridos; quando os professores ocuparam a escola privada de Alcácer do Sal, com os alunos dessa mesma escola a solidarizarem-se, para que os mais pobres pudessem estudar também. É, até hoje, a escola secundária pública. Chegaram à polis. No meio da mais intensa crise económica do pós guerra, chamada de choque petrolífero, os trabalhadores, manuais e intelectuais, disseram que não aceitavam as “medidas de saída da crise” (de recuperação das taxas de lucro, imobilizando riqueza) e impuseram um modelo baseado na cooperação, e fizeram-no democraticamente, debatendo, discutindo, votando, nas instituições públicas e sobretudo nos locais de trabalho. Sem democracia no trabalho não há democracia na sociedade, nem nenhum problema se resolverá. (…)” Raquel Varela.
Cartoon de ioO, para Les Echos.
  • "Luis Montenegro foi ao programa de Júlia Pinheiro queixar-se das dificuldades por que os seus dois filhos estão a passar. (…) um primeiro-ministro que foge a dar entrevistas políticas aos principais órgãos de comunicação social, para evitar ser confrontado com o caso Spinumviva, decide ir ao programa Júlia puxar à lágrima dos reformados e das donas de casa, utilizando os seus próprios filhos para se vitimizar. Os políticos adoram pedir reserva da vida privada, mas só quando dá jeito, como se vê. (…) convém recordar a Luís Montenegro que foi ele quem arrastou os filhos para esta situação. Foi ele quem entregou nas mãos do filho mais velho, quando tinha apenas 20 ou 21 anos, a gestão de uma empresa para a qual ele não tinha qualquer currículo ou experiência, e que assim o expôs ao escrutínio da comunicação social. Nós hoje conhecemos o nome e a cara de Hugo Montenegro porque o seu pai lhe ofereceu a sua carteira de clientes privada, garantindo assim que as avenças dos amigos de Espinho se mantinham no círculo familiar e não se perdiam no seu regresso à política. (…) Qualquer figura pública que tenha filhos a entrar na idade adulta e a começar a trabalhar tem duas opções: Uma é explicar-lhes que pode parecer muito giro contar aos outros quem é o papá ou a mamã, mas que isso só vai prejudicar a sua afirmação pessoal e profissional, já que deixam de saber se aquele lugar, aquela promoção ou aquele novo cliente foi conquistado pelo seu mérito ou por serem filhos de quem são. A outra opção é a mais comum, continuar a alimentar a cultura oligárquica e o nepotismo nacional, tornando, por exemplo, os filhos em herdeiros não de um genuíno negócio familiar, mas de uma carteira de contactos pessoais, que é isso que a Spinumviva sempre foi. É um caminho fácil e uma opção tentadora, mas não traz só vantagens, quando as coisas se descobrem, paga-se um preço político e pessoal elevados. (...)” João Miguel Tavares, Montenegro quer agora que tenhamos pena dos seus filhos. - Público 23abr2025
  • O grupo de rap irlandês Kneecap responde depois de a polícia antiterrorista ter avaliado o vídeo do concerto em Londres em novembro de 2024. O vídeo parece mostrar um membro do grupo a gritar "viva o Hamas, viva o Hezbollah" no palco, enquanto uma bandeira do Hezbollah é exibida no Kentish Town Forum. Num comunicado, a Polícia Metropolitana confirmou: "Tomámos conhecimento do vídeo e este foi remetido para a Counter Terrorism Internet Referral Unit para avaliação e para determinar se é necessária mais alguma investigação policial". Resposta do Kneecap: ‘18 meses de imagens de genocídio não estão a ser investigadas pela polícia antiterrorista do Reino Unido.’ Fonte.

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