"E acrescenta que as considerações raciais também eram vistas como parte da 'necessidade militar'. 'A raça japonesa', afirma o General De Witt, 'é uma raça inimiga e, embora muitos japoneses de segunda e terceira geração nascidos em solo americano, possuidores de cidadania americana, se tenham «americanizado», as tensões raciais não estão diluídas (…). Por conseguinte, ao longo da costa vital do Pacífico, mais de 112.000 inimigos potenciais, de origem japonesa, andam à solta atualmente.' (Isto fazia parte do relatório inicial do General.)
Só posso deduzir uma coisa de tal declaração, nomeadamente, que o General considerava todo o grupo como inimigos potenciais porque eram racialmente aparentados com o inimigo. Não percebo, além disso, porque é que o General De Witt se viu obrigado, neste caso, a colocar a palavra «americanizados» entre aspas. Infelizmente, o General condenou-se a si próprio por ser profundamente preconceituoso em matéria de raça. Testemunhando em 13 de abril de 1943, em São Francisco, perante a Subcomissão de Assuntos Navais da Câmara, ele fez esta declaração:
'Um japonês é um japonês. Eles são um elemento perigoso, quer sejam leais ou não. Não há forma de determinar a sua lealdade. . . . Não importa se é americano; teoricamente, continua a ser japonês e não é possível mudá-lo. . . . Não se pode mudá-lo dando-lhe um pedaço de papel.'
Esta avaliação cínica da cidadania como 'um pedaço de papel' e o seu desprezo brusco pelo fator da cidadania em geral é bastante desconcertante. Demonstra certamente que era o fator racial, e não as chamadas 'filiações étnicas', que realmente incomodava o General.
Carey McWilliams, Prejudice Japanese Americans: Symbol of Racial Intolerance – Little, Brown and Company 1944, pp 115-116. Trad. OLima 2025.

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