Caitlin Johnstone, Substack.
Lembram-se do filme O Cavaleiro das Trevas, em que todos aplaudimos o Joker por ter feito explodir heroicamente um hospital? Ou lembram-se de quando vimos a Guerra das Estrelas e aplaudimos o protagonista Darth Vader quando ele destruiu um planeta para castigar a escumalha rebelde por se atrever a resistir-lhe? E quando vimos A Lista de Schindler e esperámos ansiosamente que os nazis conseguissem contrariar as diabólicas maquinações do vilão Oskar Schindler para os impedir de cometer um genocídio? Ou quando vimos Avatar e torcemos para que a megacorporação interestelar e o seu exército de mercenários desalojassem os povos indígenas de Pandora para lhes roubar as terras? Ou quando vimos O Dossier Pelicano na esperança de que os heróis encontrassem uma forma de matar Julia Roberts e Denzel Washington para os impedir de relatar a verdade sobre os seus crimes? Ou quando vimos O Pianista e chorámos ao ver os judeus malvados a atacar nazis inocentes na Revolta do Gueto de Varsóvia? Ou quando vimos O Senhor dos Anéis e vaiámos os homens, elfos e anões vilões que lutavam para sobreviver a um cerco do heroico exército de orcs de Saruman? Ou quando vimos V de Vingança, com a preocupação de que o governo não conseguisse esmagar a rebelião, suprimir a verdade e impor mais medidas autoritárias ao povo? Ou quando vimos A Vingança dos Sith e aplaudimos o herói Anakin Skywalker a assassinar crianças em massa para eliminar os Jedi da existência?
Pois, também não me lembro disso.
Ninguém parece ter dificuldade em descobrir quem são os verdadeiros vilões quando isso acontece nos filmes. Na vida real, os produtores de narrativas e os manipuladores tornam muito mais difícil distinguir os vilões das vítimas. Normalmente, é errado ver qualquer conflito como um simples vilão malvado a assassinar vítimas inocentes, mas não com Israel e Gaza. Trata-se de um Estado de apartheid apoiado por um império global, que faz chover bombas num campo de concentração gigante cheio de crianças por serem da etnia errada. É bastante a preto e branco, na verdade.
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