"Quando os socialistas alemães e tantas partidos da social democracia na sua maioria apoiaram o seu governo, o 'interesse nacional', ou seja as classes dirigentes e proprietárias de grandes empresas do seu Estado-nação, na I Guerra Mundial, 1914-18, Rosa Luxemburgo, socialista, revolucionária, juntou-se aos que defenderam a derrota do seu governo, e de todos os governos, pela solidariedade entre os trabalhadores da Europa e do Mundo. Foi presa por 'traição à pátria', uma medalha que partilhou também com o líder ferroviário Eugene Debs, sindicalista ferroviário, candidato socialista 5 vezes à Presidência dos EUA – numa das vezes foi candidato da prisão por se opor ao seu governo e à guerra. As guerras dos Estados não são nossas, é o que a memória dos dois nos ensina. Este é um dia de luta, o dia internacional da mulher, não é um dia que nasceu para 'as mulheres chegarem ao topo das empresas' e sim para abolir o topo das empresas, defendendo a democracia no trabalho, na produção, nas decisões fundamentais da sociedade. Não é um dia da líder da UE, que coloca 800 mil milhões na produção da destruição, ou da líder do FMI, que estrangula milhões de mulheres com o negócio da dívida e da usura. Este é outro dia, um dia que começa com uma homenagem às operárias têxteis em Nova Iorque, queimadas vivas porque o patrão fechou a fábrica à noite e num incêndio não puderam fugir, é também o dia das socialistas russas que saíram à rua lutando pelo pão, pelo fim da guerra, em 1917, abrindo o caminho à revolução russa, é claro o dia, das mulheres, operárias e médicas, que em 1974 ocuparam casas vazias para abrir um centro de saúde, da Amadora ao Seixal. É enfim o dia de todos, mulheres e homens, os que ousam ter voz própria, em defesa não só dos seus interesses pessoais e imediatos mas do bem comum, contra a guerra."
Raquel Varela, Rosa e Eugene, contra a Guerra.

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