Newsletter: Receba notificações por email de novos textos publicados:

quarta-feira, 5 de março de 2025

BICO CALADO

Foto: Ishara S Kodikara/AFP/Getty Images
  • “(…) O que nós assistimos foi um PM mentir, e ainda dizer ao país, sejam xico-espertos, o mérito hoje não é estuda e trabalha, luta por ti, com suor. Deixa lá isso, o papá cria empresas. E a UE cria leis que a AR transpõe que criam mercados para as empresas, e também, claro, uma lei que permite ao papá ser dono da empresa sem o ser legalmente. Só não há uma lei que impeça de nos chamar estúpidos. Educar é uma tarefa muito difícil, mas no capitalismo torna-se quase impossível. A cada tentativa nossa de ensinar o mínimo de decência, que a nossa palavra não vale nem perfumes nem empresas, vem esta malta que governa e explica-nos em pleno Parlamento que vale tudo desde que dê dinheiro, que a aldrabice é empreendedora, que a mentira é astucia, que o que interessa é boa comunicação, porque a verdade é irrelevante. Só tenho pena dos meus filhos terem assistido a isto. Embora conheçam bem o exemplo do seu familiar, que entrou e saiu de um governo sem um euro a mais, directo ou indirecto, e sem uma empresa ou oportunidades de mercado para lhes oferecer. Deu-lhes dignidade. E esse, já sabemos, é um valor não cotado em bolsa. Sem preço.” Raquel Varela, O papá arranja emprego.
  • “Muita gente prevê o assassinato de Zelensky para breve mas eu não sou um deles. (…) Acho porém que antes que alguém lhe limpe o sebo, todos os seus podres serão expostos primeiro. Ninguém está interessado em mais um mártir. E raramente - se é que alguma vez - os que foram santificados em vida aguentaram o juízo da História.” António Gil.
  • “O primeiro-ministro britânico ofereceu a 2 de março um «party» na sua residência oficial — «party» parece-me a melhor definição — a um heteróclito conjunto de personalidades por ele escolhidas, segundo o seu critério e com o pretexto da guerra na Ucrânia. A primeira conclusão do «party» em Londres é que os ingleses tomaram conta do negócio da Ucrânia em nome da “Europa”, da União Europeia, de onde saíram, e da NATO, onde se mantêm. (…) Quatro dias antes das eleições nos Estados Unidos, o primeiro ministro inglês Keir Starmer estabeleceu um contrato comercial com Zelenski para uma concessão por cem anos da exploração das matérias-primas da Ucrânia e dos portos do país. Depois incentivou Trump a receber Zelenski e este a ir a Washington assinar um acordo de minerais! Mas o que teria Zelenski a negociar com Trump se já vendera à Inglaterra o que tinha valor na Ucrânia? Starmer, o grande amigo da Ucrânia, atirou Zelenski de mãos nuas, ou de bolsos vazios ao dono da banca e esperava que Trump ficasse muito satisfeito com a situação em que surgia como o otário! O «party» de Downing Street teve como finalidade obter a cumplicidade daqueles convivas para este golpe à moda inglesa. Numa imagem: Keir Starmer, fez de Zelenski uma minhoca no bico de um corvo e pretendeu que os seus convidados o aplaudissem e Trump recebesse a minhoca e fizesse um afago na cabeça do corvo. O que se pode concluir destes exemplos de prática política da Inglaterra no mundo? Que, quem confia na Inglaterra está feito ao bife, isto é, está à mercê dos interesses do momento.” Carlos Matos Gomes, Estamos feitos ao bife! – Medium.
  • Quando os políticos no poder são extremamente impopulares, recorrem geralmente ao militarismo e ao chauvinismo para obterem um impulso rápido. Starmer é agora o queridinho dos media britânicos devido às suas declarações sobre a Ucrânia e está ocupado a enviar tweets com imagética militar. Ao fazê-lo, está a tentar fazer-se passar por desafiador de Trump e a capitalizar a impopularidade de Trump no Reino Unido, apesar de apenas dois dias antes ter estado a bajular Trump na Casa Branca e a convidá-lo para uma segunda visita de Estado ‘sem precedentes’.” Carig Murray, Ucrânia, diplomacia e guerraSubstack.
Cartoon de Fahd Bahady
  • O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, é um líder espetacularmente falhado. Falhou em todos os indicadores de boa governação. Falhou com os ucranianos do Donbas, de cultura maioritariamente russa, que votaram esmagadoramente nele para presidente em 2019. Zelensky prometeu que acabaria com a guerra contra eles pelo seu próprio governo após o golpe de 2014 que derrubou o presidente pró-russo eleito Victor Yanukovych. Uma vez no poder, Zelensky cedeu aos ultranacionalistas que detinham o poder real em Kiev. A guerra contra o movimento separatista do Donbas intensificou-se durante o governo de Zelensky. Zelensky enviou 60 000 soldados de elite para a fronteira do Donbas com o objetivo de destruir completamente o movimento separatista. Adivinhem o que provocou o 24 de fevereiro de 2022? Falhou ao dar continuidade ao desejo dos seus antecessores de aderir à NATO, sabendo perfeitamente que a adesão da Ucrânia à NATO atravessava uma linha vermelha que a Rússia considerava uma ameaça existencial à segurança. Isso tornou ainda mais inevitável a invasão russa de 22 de fevereiro de 2022. Dois meses após o início da guerra, não conseguiu concluir um tratado de paz com a Rússia em abril de 2022, que estava prestes a ser assinado. Deixou que os falcões de guerra dos EUA e do Reino Unido o intimidassem para que rejeitasse o acordo, que não teria custado à Ucrânia nem um quilómetro quadrado de território. Agora perdeu cerca de 45.000 Km2 por ceder aos seus mestres de guerra dos EUA e do Reino Unido. O pior de tudo é que Zelensky falhou a responsabilidade mais importante de qualquer líder: não fazer nada que pudesse arriscar a aniquilação nuclear. Passou os três anos de guerra a pedir, a implorar, a exigir que os EUA lhe dessem o armamento para atacar o interior da Rússia. Parece ignorar a facilidade com que tais ataques poderiam despoletar uma guerra nuclear entre os EUA e a Rússia. Surpreendentemente, quando um míssil ucraniano errante matou um par de polacos na Polónia, Zelensky afirmou que isso representava um ataque russo à NATO que exigia uma resposta militar imediata da NATO. Olá Terceira Guerra Mundial. Só este facto tornou Zelensky incapaz de servir mais um dia como líder da Ucrânia. Com a guerra por procuração dos EUA contra a Rússia perdida e a Ucrânia em ruínas, os dias de fracasso de Zelensky no poder estão a diminuir. A sua saída não pode ser suficientemente rápida.” Walt Zlotow, West Suburban Peace Coalition.
  • Não sei como avisar um mundo que não quer ouvir. Tudo em The Handmaid's Tale já aconteceu. Linda Caroll, Medium.
  • Partidos do centrão em Aveiro recusam regular a construção para habitação acessível. Fonte.
  • A objeção de consciência de serviço militar constitui um direito fundamental dos cidadãos previsto na Constituição. Permite a isenção do cumprimento do serviço militar quando obrigatório, substituindo-o pela prestação de um serviço cívico de natureza exclusivamente civil igualmente obrigatório. Requerer estatuto de objetor de consciência de serviço militar.

Sem comentários: