BICO CALADO

• “Depois de ter dado dois secretários gerais à NATO e espiado políticos europeus para benefício dos EUA, a Dinamarca vai ter que dar também a Gronelândia ao Grande Irmão gringo. Ah nada como a generosidade desinteressada, não é? Que pensavam os políticos dinamarqueses, que a NATO servia para defender os seus territórios? que eu saiba os colonos ingleses não invadiram a América para defender os Sioux, Apaches, Navajo, etc. (…) Por esta altura os próprios britânicos podem ir colocando as barbas de molho, porque os apetites Trumpistas podem não se ficar pelo Canadá. Elon Musk já fala em libertar os britânicos do tirânico governo de Sir Keir Starmer. (…) Atingimos portanto aquele esplêndido momento em que os líderes europeus estão prestes a descobrir o sentido daquela frase tantas vezes repetida e nunca por eles compreendida: ‘os países não têm amigos nem inimigos permanentes, têm sim interesses permanentes’. Parece que tal frase foi pronunciada por um britânico, [Lord Palmerston] nos tempos em que a Grã-Bretanha governava as ondas. O que esse lorde certamente nunca imaginou foi que um dia a frase pudesse voltar-se contra seu país. (…)"  António Gil, Há algo apodrecendo no Reino da Dinamarca – Substack.

• “(…) Na sua mensagem de vídeo a Trump, Zuckerberg admite que a sua corporação global tem estado a afastar agressivamente os seus 3 mil milhões de utilizadores de conteúdos políticos. O que não admitiu, nem vai admitir, é que o Meta nem sequer tem tentado aplicar essa censura de forma imparcial ou neutra. Sabemos, por exemplo, que os algoritmos do Meta foram cuidadosamente concebidos durante longos meses, durante o genocídio de Israel em Gaza, para manter as fontes de notícias palestinianas fora da vista do público, enquanto os mesmos algoritmos deixavam as fontes de notícias israelitas ilesas. (…) Trump é a favor da liberdade de expressão apenas na medida em que isso seja bom para os seus interesses comerciais, tal como Musk. (…) A realidade é que ninguém no sistema se preocupa com a liberdade de expressão, muito menos com a sua ou a minha. O que lhes interessa é o poder. Querem continuar a ser bilionários e, idealmente, tornar-se trilionários. O que Zuckerberg deixou claro é que a liberdade de expressão não é um princípio. É um brinquedo, um brinquedo a ser balançado à nossa frente, as pessoas, que respondem como bebés agradecidos, crédulos e de boca aberta. Jonathan Cook, Substack.

• A administração Biden, que tem sido intimamente cúmplice das atrocidades genocidas perpetradas em Gaza nos últimos 15 meses, acaba de determinar que está a ser cometido um genocídio no Sudão. (…) Este é, afinal, o mesmo Antony Blinken que negou categoricamente que esteja a ocorrer um genocídio em Gaza nas suas últimas entrevistas à imprensa há alguns dias, mesmo quando as principais instituições ocidentais de direitos humanos, como a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch, acusam inequivocamente Israel de cometer crimes genocidas de extermínio contra os palestinianos no enclave. Esta é a mesma administração Biden que tem insistido inflexivelmente em continuar a fornecer a Israel as armas de que depende para continuar o seu ataque genocida em Gaza, apesar das montanhas de provas inegáveis de que está deliberadamente a atingir civis com força mortal e a cortar deliberadamente o acesso dos civis a alimentos, água potável e medicamentos. E esta é também a mesma administração Biden que tem enviado armas para os Emirados Árabes Unidos, ignorando convenientemente o facto de que os Emirados Árabes Unidos estão a enviar dinheiro e armas para o RSF para serem utilizados nas suas atrocidades no Sudão. Este anúncio surge no momento em que Biden e os seus colaboradores estão a fazer aprovar um último carregamento de armas no valor de 8 mil milhões de dólares para Israel nos últimos dias do seu mandato, um último sinal de pontuação ensopado de sangue num legado feio de assassínios em massa ao longo da carreira política demasiado longa de Biden.” Caitlin Johnstone, A administração Biden declara que está a ocorrer um genocídio... no Sudão – Substack.

• A proibição do aborto em vários Estados americanos continua a causar estragos. O exemplo mais recente é o do Texas, onde cada vez mais bebés são encontrados abandonados em caixotes do lixo, valas, camiões do lixo e nos passeios, relata o insuspeito Washington Post. Via Slate.

• “(…) A corte de Trump e o programa MAGA é um regresso ao passado. A imagem que temos do nazismo e dos nazis é de seres robotizados, de botas altas, bigode, braço estendido, desumanizados, mas os nazis dos anos vinte e trinta do século passado eram seres aparentemente tão inofensivos como os quase juvenis bebés Nestlé que as fotografias de Elon Musk ou Mark Zuckerberger sugerem e os nazis da versão anterior também já utilizavam a alta tecnologia para justificarem o seu poder. Heydrich era um apaixonado pela aviação e um amante dos caças Messerschmitt, à semelhança de Elon Musk com os satélites e os foguetões da Starlink. (…)” Carlos Matos Gomes, O armamentismo dos neocons e o racismo dos neonazis — a mesma doutrina com novos intérpretes – Medium.

• O Reino Unido executa crianças no estrangeiro? Novas provas irrefutáveis sugerem que sim. Fonte.

• As IDF deviam ser nomeadas para o Prémio Nobel da Paz, defende Micahel Gove, jornalista escocês, autor e político reformado que ocupou vários cargos no Governo de David Cameron, Theresa May, Boris Johnson e Rishi Sunak. Fonte.