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terça-feira, 24 de dezembro de 2024

BICO CALADO

  • Como entender a mudança de governo na Síria. Vijay Prashad, TriContinental.
  • No espírito do Natal, os EUA decidiram que al-Golani é um terrorista reformado e retiraram a etiqueta com o preço de 10 milhões de dólares na sua cabeça. A decisão foi tomada depois de uma reunião ‘muito produtiva’, na qual o graduado da Al-Qaeda terá sido considerado ‘pragmático’. Presumivelmente, isto deve-se ao facto de o HTS ter limpado a sua atuação ao declarar que as mulheres são biologicamente incapazes de assumir funções governamentais, ao lançar dúvidas sobre o regresso das juízas aos seus cargos e ao executar publicamente prisioneiros. Estou certo de que todos concordamos que este é um começo impressionante para a nova Síria liberal. Diplomatas norte-americanos disseram a al-Golani que os grupos terroristas não deveriam constituir uma ameaça na Síria - uma reviravolta interessante, tendo em conta que o império manteve os terroristas ativos durante 13 anos. Os EUA estão agora interessados em que a Síria avance para a ‘democracia’, o que é outra forma de dizer que deve ter um ‘governo fantoche do Ocidente’. Nunca imaginei que um dia o império acolheria oficialmente a Al-Qaeda no seu seio. É engraçado como a vida acaba, não é?” Fonte.
  • “(…) Montenegro escolheu lutar com o Chega no lamaçal em que o partido de André Ventura vive. E assumiu-o dizendo que não é preciso que uma operação policial tenha resultados (apreensões, etc) para que seja um sucesso. Basta que seja visível e tenha um efeito dissuasor. Assim sendo, as forças policiais sujeitaram-se ao triste papel de espantalhos e foram para o Martim Moniz encostar imigrantes à parede. (…) Qualquer pessoa minimamente inteligente percebe esta operação de cosmética que consiste, essencialmente, em esvaziar a gritaria de André Ventura, tomando como dores nacionais as habituais bandeiras racistas e xenófobas do Chega. (…) A história dos subsídios, de roubarem empregos, da criminalidade. Tudo desmentido por factos e números. Os imigrantes contribuem 7x mais do que aquilo que recebem, pegam em empregos que português algum quer, a economia está dependente desta força de trabalho, a taxa de desemprego é baixa no nosso país (cerca de 6%) e não há qualquer dado estatístico que relacione a criminalidade com a imigração. Por fim, nós próprios somos um país de emigrantes desde que nos lembramos de ser gente. Ainda assim, há milhares de pessoas que engolem esta propaganda diária, ignorando os reais problemas do país, como a queda do SNS, da escola pública, os baixos salários, a crise na habitação ou as redes de interesses controladas pela mesma elite corrupta há 50 anos. (…)” Tiago Franco, A BALADA DO MARTIM MONIZ.

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