- “(…) somos uma Nação que há muito deixou de conquistar mundos, mas que ainda exibe, com espantosa solenidade, a arte de premiar-se a si própria. Se não temos demasiadas invenções a propor ao mundo, nem pensamentos revolucionários nem epopeias para celebrar, nem guerras para combater ou pazes para estabelecer, inventam-se então glórias administrativas e até fiscais que colocam qualquer um na iminência de se tornar uma eminência no pódio da auto-celebração. (…) Num levantamento do PÁGINA UM aos contratos para a aquisição de medalhas e insígnias – que, em alguns poucos casos, incluem adereços ou outros ‘apetrechos’ similares (como taças) –, foram detetados 280 contratos no Portal Base, envolvendo mais de uma centena de entidades, para adquirir ‘lembranças’ para os ilustres agraciados, num período de apenas quatro anos. Estes contratos, celebrados entre Janeiro 2021 e final deste ano de 2024, somam um valor total de 4,05 milhões de euros. (…)” Fonte.
- “O mais recente caso da anulação dos castigos a militares do NRP Mondego, decretado por um acórdão do Tribunal Central Administrativo do Sul, é porventura o melhor exemplo para caracterizar um homem sem qualidades que chegou a um lugar que jamais deveria ter ocupado, mas que, hélas, o Princípio de Peter o estimula a seguir em frente, agora para Belém. (…) Gouveia e Melo, desde o início deste incidente em Março de 2023 – quando 13 militares recusaram cumprir uma missão de acompanhamento de um navio russo ao largo da Madeira por falta de condições de navegabilidade do navio de patrulha –, quis aplicar logo castigos públicos, escondendo fragilidades e assim aumentar a sua aura de homem providencial – o homem providencial e populista que, ainda há pouco tempo, no passado mês de Maio, garantia que se “a NATO nos exigir, vamos morrer onde tivermos de morrer para a defender”. (…) Recordemos que Gouveia e Melo, violando a decência e estuprando a honra militar, foi célere a ir à Madeira dar uma reprimenda aos militares do NRP Mondego em praça pública, em púlpito virado para as câmaras de televisão, logo no dia seguinte. Não foi só humilhante; foi um claro sinal de justiceirismo. Gouveia e Melo empenhou os meios da Marinha para aplacar a sua fúria sobre os militares que mostraram a vergonhosa situação de um país com uma quase inigualável História Naval, em vez de assumir falhas estruturais. (…) Por esse motivo, quando o comunicado de ontem da Marinha – que, obviamente, ainda tem o dedo de Gouveia e Melo, pois somente deixará as suas funções no próximo dia 27 – diz que o acórdão do TCAS, iniciado com uma feliz formulação (“Em Nome do Povo”), se refere ao “castigo aplicado pelo Comandante Naval, e não pelo Chefe do Estado-Maior da Armada, como está a ser referido”, não entramos somente num jogo de semântica e de manipulação. Estamos perante uma descarada tentativa de desresponsabilização e de falsificação moral da realidade. Não é um mero jogo de palavras; é uma demonstração inequívoca de subversão dos factos para proteger a vaidade e o ego de quem prefere escapar ileso ao peso das suas acções. Isto não é liderança; é um exercício de mesquinhez que deixa, não uma sombra, mas uma nódoa de oportunismo e ausência de carácter. (…) Quando um líder da Armada, com ambições presidenciais, opta por usar o peso da sua posição para esconder fragilidades e desviar responsabilidades, e ainda usa os recursos de comunicação para manipular a realidade, a mensagem que transmite não é apenas de fraqueza, mas de indignidade. Por isso, Gouveia e Melo mostra ser um homem sem qualidade – ou, pelo menos, um homem com uma única má qualidade: a mesquinhez. “ Pedro Almeida Vieira, P1.
- Esaú sempre exigiu um prato de lentilhas; ao Público basta uma pizza quentinha. Serafim, P1.
- O principal grupo de lóbi da indústria farmacêutica nos EUA e a Goldman Sachs estão entre os doadores corporativos do comité inaugural de Trump. Fonte.
- A Arábia Saudita executou 330 pessoas este ano, o número mais elevado das últimas décadas. Fonte.
- Rosalino vai receber mais de 15 mil euros no Governo. Centeno informa que BdP não paga salário. Fonte.
- ‘Helder Rosalino era diretor no Banco de Portugal (BdP) quando foi para o governo de Passos Coelho. Saiu desse governo e foi para administrador do mesmo BdP. Agora que terminou a segunda comissão de serviço nessa administração, sai do BdP para secretário-geral do Governo. Se isto não é um exemplo de portas giratórias então eu não sei o que será. E se fosse com um socialista tínhamos uma campanha sem fim. O ministro porta-voz até fez uma tese de doutoramento onde, dizem, abordou os casos dos governos do PS. Talvez falte perguntarem-lhe o que tem agora a dizer… e fazerem uma pergunta simples - faz sentido pagar-lhe 16 mil euros que é o que ele recebe enquanto funcionário do BdP?’ Carlos Matos Gomes.
- "A pretexto da crise habitacional, o Presidente acaba de promulgar, depressa e pela calada, a lei do pato-bravo, que permite aos municípios transformarem solo rústico em solo urbano sem qualquer controlo, gerando mais-valias multimilionárias para os amigos. Estamos lixados. O Governo repõe a velha promiscuidade entre autarcas e empreiteiros (com comissões para os partidos), que esbulhou o território e gerou subúrbios desestruturados, sem serviços, sem transportes, sem qualidade de vida - e que, no fim, nem preveniu a actual crise habitacional. Marcelo promulga a golpada entre o Natal e o Ano Novo, para ninguém reparar, e reconhecendo que constitui "um entorse significativo" ao ordenamento do território. O Presidente sem espinha quis deixar registado que este ladrão não foi à horta, limitou-se a ficar à porta." João Paulo Batalha.
- “(…) o primeiro ministro, a ministra da administração interna e o diretor nacional da polícia vieram jurar que a operação da PSP no Martim Moniz era da exclusiva responsabilidade da PSP, a ministra jurou por todos os santos que não instrumentalizava a polícia e o mesmo disse o primeiro ministro: o governo não dá ordens à Polícia. Em conclusão, a Polícia não depende do governo. (…) Acontece que existe a lei. (…) Ora, diz a Lei 53/2007 publicada no DR 168 de Agosto de 2007, logo no Artigo2º: ‘ PSP depende do membro do governo responsável pela administração interna…’ e, no Art21º “O Diretor Nacional tem as competências próprias dos cargos de direção de 1º grau.” Em conclusão: a PSP depende do governo, da ministra da administração interna e o governo tem de dar orientações à PSP, que o diretor nacional da PSP tem de seguir e a quem tem de reportar os resultados. Nem o primeiro ministro nem a ministra nem o diretor nacional sabiam destas dependências e competências! Maldito Diário da República.” Carlos Matos Gomes, Aos papéis. A PSP é uma milícia privada?
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