- “(…) Uma narrativa diz que a Síria foi libertada por corajosos combatentes da liberdade, mas outra narrativa diz que Israel precisa de invadir a Síria porque a nação acabou de ser tomada por terroristas maléficos e ainda outra narrativa diz que esses terroristas maléficos já não são terroristas maléficos porque vão governar um regime fantoche dos EUA. Este é o tipo de contradições com que nos deparamos quando as nossas políticas são guiadas pela busca cega do domínio planetário em vez de serem guiadas pela verdade e pela moralidade. Na realidade, ‘organização terrorista’ é uma designação política, não comportamental. Tem muito menos a ver com a forma como uma organização atua e opera e muito mais com o facto de promover ou não os interesses estratégicos do império americano. (…) O rótulo ‘organização terrorista’ não é mais do que um instrumento de controlo da narrativa imperial. Na linguagem do império, significa apenas ‘população desobediente que precisa de ser bombardeada’. Se se determinar que já não são desobedientes, então já não precisam de ser bombardeadas, pelo que já não são considerados terroristas. Podem matar todos os civis que quiserem, utilizando os métodos que quiserem, sem serem considerados uma organização terrorista, desde que sejam amigos do império americano.” Caitlin Johnstone, Organização terrorista significa o que os EUA quiserem que signifique – Substack.
- JOLANI, O HOMEM NOVO, Tiago Franco.
- “(…) Como vamos acreditar que os mesmos grupos ideológicos que são terroristas que cortam cabeças, abusam das mulheres e oprimem as minorias quando operam no Iraque ocupado pelos EUA, são agora ‘moderados’, ‘rebeldes amigos da diversidade’ quando operam aqui ao lado na Síria? Como é que os opositores da cumplicidade ocidental no genocídio ‘plausível’ de Israel em Gaza, tal como o Tribunal Mundial o descreve, se devem sentir em relação ao facto de o Ocidente ajudar a destruir o ‘eixo da resistência’, que foi o único a oferecer apoio material para tentar impedi-lo? Será que o HTS está a cumprir uma agenda nacionalista que visa verdadeiramente libertar os sírios do imperialismo ocidental, ou será que o imperialismo ocidental - empunhando não só o pau de um cão de ataque israelita mas também a cenoura dos ricos cães de colo do Golfo - está mais uma vez no comando da Síria? (…) Em 1996, formalizaram o seu plano para ‘refazer’ o Médio Oriente num documento chamado A Clean Break. Propunham que Israel rasgasse os Acordos de Oslo e todas as iniciativas de pacificação com os palestinianos e, em vez disso, passasse à ofensiva contra os seus inimigos regionais, com o apoio dos EUA. O que significava isto? Israel tinha de ser ajudado a começar a ‘enfraquecer, conter e mesmo fazer recuar a Síria’, observam os autores, e depois a ‘retirar Saddam Hussein do poder no Iraque’. A fase seguinte seria ‘afastar os xiitas do sul do Líbano do Hezbollah, do Irão e da Síria’. (…) Mais tarde, num documento publicado em 2000, intitulado Rebuilding America's Defenses, clarificaram que os EUA deviam assegurar a manutenção de ‘forças avançadas’no Médio Oriente para manter o domínio militar na região ‘dados os interesses americanos de longa data na região’. A preocupação final, explicava o documento, era impedir que a China desenvolvesse laços mais estreitos com Estados petrolíferos chave como o Irão. (…)” Jonathan Cook, Assad caiu na Síria - tal como o Pentágono planeou há 23 anos – Substack. O texto original pode também ser acedido aqui se entretanto a hiperligação anterior tiver sido 'interrompida'.
- Uma organização norte-americana sem fins lucrativos angariou 300.000 dólares para uma unidade de atiradores israelitas com o objetivo declarado de comprar miras telescópicas, silenciadores e outro equipamento. A unidade, que tem a alcunha de Rephaim, ou "Fantasmas", foi desde então implicada em possíveis crimes de guerra e na morte de mais de 100 pessoas em Gaza e está ligada à morte de quatro palestinianos desarmados em Gaza desde 7 de outubro de 2023. Fonte.
- Portugal continua a ser lavandaria da Guiné Equatorial. Francisca Jiménez, a filha do ditador Teodoro Obiang, é suspeita de envolvimento nos negócios dos criadores de uma fábrica de pellets na Guarda que terá lesado o Estado português e a União Europeia em cerca de 7 milhões de euros. O advogado em Portugal da família de Teodoro Obiang, foi colocado sob detenção pelas forças da Polícia Judiciária no seguimento da operação Cash Flow juntamente com Carlos Couto, empresário português com negócios ligados a Francisca Nguema Jiménez, filha de Obiang. As duas empresas que a filha do presidente da Guiné Equatorial criou em Portugal – a Coralco em 2013 e a Masela em 2018 – tinham sido alvo de benefícios fiscais do Estado português no valor de 1,5 milhões de euros. Agora está em causa a constituição de uma sociedade por parte de João Luís Gonçalves e Carlos Couto, que foi submetida a um projeto do FEDER com o objetivo de criar um estabelecimento industrial para produzir pellets na Guarda. Só que a fábrica não tinha os mínimos de qualidade para funcionar, operando com máquinas obsoletas, sendo o propósito apenas lucrar com os subsídios europeus. Fonte.
- O Governo prorrogou sem concurso e sem contrapartidas as concessões dos portos de 30 para 75 anos sem concurso e sem contrapartidas para o erário público. Mariana Mortágua (BE) confrontou Montenegro com a posição do seu partido em 2008, quando este criticava Sócrates por causa de outro prolongamento de contratos portuários.
- “Vivemos atualmente numa economia da atenção, em que as pessoas tentam atrair o nosso interesse por todos os meios possíveis. Uma vez que a informação de baixa qualidade é tão eficaz para satisfazer os nossos desejos de informação como a informação de alta qualidade, a forma mais eficiente de captar a atenção na era digital é através da produção em massa de "informação de plástico" de baixa qualidade - uma espécie de comida rápida para o pensamento. Tal como a comida rápida, a informação de plástico é barata de produzir e satisfatória de consumir, mas é rica em aditivos e pouco nutritiva. É também potencialmente viciante e, se consumida em excesso, altamente perigosa.” Gurwinder, A crise da obesidade intelectual – Substack.
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