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terça-feira, 12 de novembro de 2024

LEITURAS À MARGEM

Os Orangemen católicos do Togo e outros conflitos que conheci (14)

“Conseguimos apoiar ainda mais o projeto de futebol comunitário com outro jogo de beneficência, desta vez protagonizado por Bobby Charlton. Ele tinha vindo ao Gana para apoiar a candidatura da Inglaterra a anfitriã do Campeonato do Mundo de 2006. Devo dizer que, aos 60 anos, continuava a ser um jogador espantoso - a sua forma física e robustez eram espantosas, e foi extremamente simpático da sua parte entrar em campo por uma obscura causa de caridade. A multidão compareceu em massa.
Dito isto, achei Charlton muito decepcionante. Ele era o oposto da sua imagem de cavalheiro, sendo totalmente egocêntrico e, de um modo geral, arrogante e exigente durante a sua estadia no Gana. Era um daqueles heróis que se desejava não ter conhecido, como Walesa.
Do outro lado da balança, Roger Moore surgiu como embaixador da boa vontade da UNICEF. A Fiona e eu organizámos um pequeno jantar para ele. Era charmoso e gentil, tal como seria de esperar, com um conjunto de histórias brilhantes que começavam com frases como “Um dia, o Frank, o Dean, o Tony e eu decidimos pregar uma partida à Marilyn...”. Mas embora desempenhasse o papel de Roger Moore na perfeição, havia muito mais do que isso. Ele estava realmente muito bem informado sobre os problemas das crianças no Gana e estava preparado não só para fazer as relações públicas, mas também para sujar as mãos a ajudar nos campos de refugiados sem uma câmara à vista. Fiquei impressionado com o Roger Moore”.

Craig Murray, The Catholic Orangemen of Togo and Other Conflicts I Have Known (2008) –Atholl 2017, pp 204-205.


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