Os Orangemen católicos do Togo e outros conflitos que conheci (14)
“Conseguimos
apoiar ainda mais o projeto de futebol comunitário com outro jogo de
beneficência, desta vez protagonizado por Bobby Charlton. Ele tinha
vindo ao Gana para apoiar a candidatura da Inglaterra a anfitriã do
Campeonato do Mundo de 2006. Devo dizer que, aos 60 anos, continuava
a ser um jogador espantoso - a sua forma física e robustez eram
espantosas, e foi extremamente simpático da sua parte entrar em
campo por uma obscura causa de caridade. A multidão compareceu em
massa.
Dito isto, achei Charlton muito decepcionante. Ele era o
oposto da sua imagem de cavalheiro, sendo totalmente egocêntrico e,
de um modo geral, arrogante e exigente durante a sua estadia no Gana.
Era um daqueles heróis que se desejava não ter conhecido, como
Walesa.
Do outro lado da balança, Roger Moore surgiu como
embaixador da boa vontade da UNICEF. A Fiona e eu organizámos um
pequeno jantar para ele. Era charmoso e gentil, tal como seria de
esperar, com um conjunto de histórias brilhantes que começavam com
frases como “Um dia, o Frank, o Dean, o Tony e eu decidimos pregar
uma partida à Marilyn...”. Mas embora desempenhasse o papel de
Roger Moore na perfeição, havia muito mais do que isso. Ele estava
realmente muito bem informado sobre os problemas das crianças no
Gana e estava preparado não só para fazer as relações públicas,
mas também para sujar as mãos a ajudar nos campos de refugiados sem
uma câmara à vista. Fiquei impressionado com o Roger Moore”.
Craig
Murray, The Catholic Orangemen of Togo and Other Conflicts I Have
Known (2008) –Atholl 2017, pp 204-205.
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