“Em vez de eliminarem as distinções de classe, os subúrbios foram transformados em fortalezas com consciência de classe. Os regulamentos de zonamento fixaram o tamanho dos lotes e restringiram a construção de edifícios de apartamentos, dando ênfase às casas de habitação unifamiliar para manter afastadas as indesejáveis famílias da classe baixa. Em Mahwah, New Jersey, por exemplo, o governo local atraiu uma fábrica da Ford para a cidade e depois aprovou um decreto que exigia lotes de um hectare com casas na faixa dos 20.000 dólares, o que aparentemente significava que os trabalhadores mal pagos da fábrica teriam de viver noutro local.
Em Westchester County, Nova Iorque, o conselho de educação concordou em construir uma escola de luxo num bairro rico, sem fazer nada por escolas em zonas de baixos rendimentos, onde viviam famílias italianas e negras de classe baixa. Em Los Angeles, os subúrbios foram avaliados pela Autoridade Federal para a Habitação de acordo com as classes: foram dadas notas altas a locais onde a jardinagem era um passatempo popular e notas baixas a locais onde os brancos pobres produziam alimentos nos seus quintais. O galinheiro da mãe de Elvis teria sido mal visto.”.
Nancy Isenberg, White Trash – The 400-year untold history of class in America. Atlantic Books 2017, p 239.
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