“Carrie Buck (de Buck v. Bell) tinha sido escolhida para ser esterilizada por ordem de Priddy, porque era uma ‘dessas pessoas’ - aquela ‘classe sem valor’ de brancos sulistas. Ela era, numa palavra, um perfeito espécime de lixo branco. Embora Carrie Buck fosse a queixosa, a sua mãe e a sua filha também estavam a ser julgadas. Carrie foi testada ao ‘nível de idiota’ e a sua mãe ligeiramente abaixo, de acordo com os peritos altamente tendenciosos. A sua filha ilegítima, examinada aos sete meses, foi considerada débil mental - isto com base nas observações de um trabalhador da Cruz Vermelha e num teste administrado por Estabrook. O mapa genealógico dos peritos provou a degenerescência e o desvio sexual: a mãe de Carrie era uma prostituta e Carrie tinha sido violada pelo sobrinho dos seus pais adoptivos. O seu violador ficou impune e, no entanto, ela foi esterilizada.”
Nancy Isenberg, White Trash – The 400-year untold history of class in America. Atlantic Books 2017, p 201. Trad. OLima, 2024.
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