"Tal como acontece com a maioria dos atuais conflitos africanos, grande parte da causa da guerra de Siena Leoa pode ser atribuída à ocupação colonial. A motivação colonial na Serra Leoa foi inicialmente confusa mas nobre. Em 22 de junho de 1772, Lord Mansfield, o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça de Inglaterra, decidiu que ninguém podia ser proprietário de outra pessoa em Inglaterra e, em 1797, havia uma espécie de acumulação de africanos livres em Londres, muitos dos quais não queriam lá estar.
A capital da Serra Leoa, Freetown, foi fundada pelos britânicos em 1797 como uma colónia para a qual poderiam recambiar os escravos libertados, tal como a sua gémea mais conhecida, a Libéria, viria a ser fundada pelos americanos. Tal como Simon Schama salientou, a história popular apagou o facto indubitável de que as leis britânicas contra a escravatura foram a principal causa da revolução americana. George Washington estava a lutar pelo direito de manter os negros acorrentados. Não admira que muitos negros tenham lutado contra ele. Estes negros “leais ao Império” constituíram a maioria dos primeiros retornados a Freetown. A confusão da história é tal que a vaga seguinte foi constituída principalmente por escravos rebeldes das plantações britânicas da Jamaica, deportados como desordeiros.”
Craig Murray, The Catholic Orangemen of Togo and Other Conflicts I Have Known (2008) –Atholl 2017, pp 29-30.
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