"Jefferson tinha uma opinião diferente em 1786, quando a Rebelião de Shays eclodiu no oeste do Massachusetts. O aumento dos impostos e das dívidas entre a classe média e os agricultores pobres tinha alimentado uma guerra de classes. O Capitão Daniel Shays tinha servido no Exército Continental e, fosse ou não uma descrição correta, foi chamado o “Generalíssimo” da revolta. Shays tinha adquirido mais de duzentos acres de terra, mas perdeu metade das suas propriedades durante a depressão do pós-guerra.
Os seus apoiantes encerraram tribunais que estavam a leiloar quintas e casas, formando um exército ad hoc que tentou tomar o arsenal em Springfield. Protestos semelhantes estenderam-se até à Virgínia. Escrevendo a partir de França, Jefferson não negou a existência da rebelião, mas tratou-a como um fenómeno natural e até terapêutico. Surpreendentemente, calculou que tais tempestades políticas aconteceriam muito provavelmente de treze em treze anos. Uma “pequena rebelião” era análoga a “tempestades no ambiente físico”; temporariamente abalada, voltava a acalmar-se, deixando os princípios fundamentais da sociedade renovados."
Nancy Isenberg, White Trash – The 400-year untold history of class in America. Atlantic Books 2017, p 97. Trad. OLima 2024.
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