sexta-feira, 2 de agosto de 2024

BICO CALADO

  • “Já não é possível classificar a violência niilista do Estado israelita. Em 24 horas, Israel assassinou o homem com quem teria de negociar a libertação dos reféns a curto prazo e um acordo político a longo prazo, bem como uma figura-chave do seu mais perigoso inimigo militar potencial, que se absteve de uma guerra total. Ao fazê-lo, violou o território, e mesmo as capitais, de dois Estados regionais cruciais. Israel também tomou a decisão política de que a violação em massa de detidos por soldados - e, de forma algo estranha, a violação homossexual em particular - é aceitável na guerra e não deve ser punida. Ironicamente, Israel também sublinhou a sua intenção genocida em Gaza, provando que tem capacidade técnica para levar a cabo ataques direcionados, e que o arrasar de cidades inteiras com bombas de mil quilos e o massacre de dezenas de milhares de inocentes foi uma opção política. Os media ocidentais parecem paralisados perante esta situação. Não vi praticamente nenhum comentário ou análise séria. Também ninguém assinalou o contraste entre as mentiras de Israel sobre as violações em massa de 7 de outubro e a política de Israel, agora admitida, de tolerar a violação de detidos. (…) Para mim, é agora axiomático que não existe uma solução de dois Estados e que o apartheid israelita tem de ser completamente desmantelado como entidade. E se tivermos de desmantelar as nossas próprias classes políticas e mediáticas para lá chegar, que assim seja.” Craig Murray, O Estado terrorista israelita.
  • Enquanto os parlamentares israelitas discutiam os méritos da agressão sexual como arma de guerra, o gabinete dos direitos humanos da ONU publicou um relatório que pormenoriza as torturas infligidas aos palestinianos detidos por Israel desde 7 de outubro, nomeadamente afogamento, privação do sono, choques elétricos, ameaças de cães e outras formas de tortura e maus tratos. Segundo o documento, os serviços prisionais israelitas tinham mais de 9.400 "detidos de segurança" até ao final de junho e que alguns deles foram mantidos em segredo, sem acesso a advogados ou respeito pelos seus direitos legais.
  • Numa decisão de 19 de julho, o Tribunal Internacional de Justiça emitiu um parecer consultivo que confirmou o que os palestinianos têm afirmado há mais de 7 décadas: que a ocupação israelita é ilegal, que a forma como os palestinianos são tratados por Israel é uma forma de apartheid, e que a ocupação deve acabar. Esta decisão inclui os colonatos israelitas na Cisjordânia, que cresceram especialmente desde que os militares israelitas se retiraram de Gaza em 2005. Fonte.
  • “Algumas reflexões, escritas com urgência em resposta à urgência do momento, sobre o assassinato, na terça-feira, de Ismail Haniyeh. O presidente do Politburo do Hamas, de 62 anos, assassinado durante uma visita oficial ao Irão, era o principal negociador da organização nas conversações destinadas a produzir um cessar-fogo em Gaza e a libertação dos reféns israelitas que o Hamas detém e dos prisioneiros palestinianos detidos nas prisões de Israel. (…) Quem neste momento pensa que os israelitas não mataram Haniyeh ou é compulsivamente ingénuo ou compulsivamente cego ao carácter profundamente pernicioso do regime sionista. (…) Na quarta-feira, Mehdi Hasan, jornalista e cofundador da empresa de comunicação Zeteo, publicou um excelente historial da prática israelita de assassinar negociadores de topo do Hamas, quando estes estavam a avançar para um ou outro acordo de paz, numa ou noutra circunstância. (…) A única conclusão possível é que os israelitas nunca levaram a sério outra coisa que não fosse o extermínio das pessoas com quem fingem negociar. Março de 2004: O xeque Ahmed Yassin é assassinado à saída de uma mesquita - na sua cadeira de rodas, pois era tetraplégico. Yassin tinha avançado, alguns meses antes, com um acordo de paz a longo prazo com Israel, se não fosse necessário "estabelecer um Estado palestiniano na Cisjordânia e na Faixa de Gaza". Abril de 2004: Abdel Aziz al-Rantisi, sucessor de Yassin, é morto num ataque com míssil quando tentava manter viva a iniciativa de paz de Yassin. Novembro de 2012: Ahmed Jabari, um dos principais comandantes militares do Hamas, é assassinado. Jabari estava em conversações secretas com Gershon Baskin, um proeminente ativista israelita pela paz, num esforço para redigir um acordo que produzisse "tréguas a longo prazo", que Jabari considerava ser do interesse dos palestinianos. E agora Ismail Haniyeh junta-se aos caídos, cada um deles procurando um acordo pragmático com o regime sionista - e precisamente porque cada um deles estava empenhado nesse esforço. (…)” Patrick Lawrence, ScheerPost.
  • A AIPAC, o grupo de lóbi pró-Israel mais influente de Washington, D.C., anda a gastar milhões de dólares para derrotar candidatos do partido democrata que se manifestam contra o financiamento americano da guerra de Israel em Gaza. Fonte.
  • Equipa secreta do Reino Unido reuniu-se na Venezuela para promover interesses energéticos britânicos. Um registo de reuniões visto pelo Declassified fornece mais provas de que a tentativa do Reino Unido de derrubar o governo da Venezuela é guiada por um interesse nos vastos recursos petrolíferos do país.
  • Lucros dos bancos em Portugal no primeiro semestre de 2024: CGD (+46%), BPI (+ 28%), BCP (14,7%).
  • O excesso de turismo está a levar a Europa ao ponto de uma revolução. Cailian Savage, Medium.

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