“’[Francisco Simões] Lembro-me da célebre ocupação do Centro Regional da Emissora Nacional, na Rua dos Netos. Os gajos da FLAMA tinham uma lista de pessoas para serem deportadas ou para matar e eu tinha a minha mãe a ligar porque ouvira isso na televisão e estava preocupada. Fomos agarrar na «tropa pesada» dos operários da construção civil do Casino da Madeira e fomos com esses gajos todos de picaretas e não sei quê num Caterpillar para lá. Entrámos na Rua da Carreira, que era quase em frente à sede do PCP, e disse ao condutor: «Põe esta merda no meio deles e avança, mas cuidado, não mates ninguém!» Os gajos começaram a zarpar, houve gente a atirar-se do primeiro andar da Emissora Nacional. Alguns foram parar ao hospital com cabeças partidas. E agora adivinhe quem foi ao hospital arrancar a folha das entradas? Alberto João Jardim! Portanto, nunca houve registo dos gajos que ocuparam e vandalizaram a Emissora Nacional. Foi este o clima que se viveu na Madeira, não foi uma brincadeira de meninos.’”
Miguel Carvalho, Quando Portugal ardeu (2017) – Oficina do Livro 2022, p 207.
Video de arquivo.
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