terça-feira, 9 de julho de 2024

BICO CALADO

  • “Kaja Kallas, a estónia que vai substituir Borrel nas andanças da política externa da UE, fala sempre da mãe e da avó, enviadas por Estaline para a Sibéria. Nunca fala do pai, que serviu no regime de Estaline. O marido de Kallas lucrou imenso com os seus laços comerciais com a Rússia - mesmo após o início da guerra na Ucrânia. Arvo Hallik, de seu nome, tinha uma participação de 24,9% na empresa de transportes Stark Logistics, que continuou a transportar matérias-primas para a Rússia após a invasão russa da Ucrânia, apesar de Kallas ter pedido anteriormente às empresas estónias que cessassem as suas operações na Rússia.” António Gil, Substack.
  • A Volkswagen criticou os planos da UE para aplicar direitos de importação até 38% aos veículos elétricos chineses, salientando que teriam efeitos adversos na indústria automóvel europeia. A empresa sublinhou que, a longo prazo, isso prejudicaria a competitividade dos fabricantes europeus de automóveis. Fonte.
  • Pelo menos 33 pessoas morreram e dezenas de outras ficaram feridas nos EUA em tiroteios que ocorreram em várias cidades durante as comemorações do feriado de 4 de Julho, dia da independência. Só em Chicago morreram 11 e 55 sofreram ferimentos. JN 7jul2024.
  • Seguros de saúde disparam mas pagam só 4,3% da despesa. Famílias suportam quase 30%. Público 8jul2024.
  • “Um novo relatório do jornal israelita Haaretz, intitulado "IDF Ordered Hannibal Directive on October 7 to Prevent Hamas Taking Soldiers Captive" (As FDI ordenaram a Diretiva Hannibal a 7 de outubro para evitar que o Hamas tomasse soldados como reféns), confirma o que jornais independentes como The Grayzone e Electronic Intifada têm sido acusados de teóricos da conspiração anti-semitas por dizerem durante todo este tempo: que muitas das mortes de israelitas a 7 de outubro foram o resultado de uma política das FDI de disparar deliberadamente contra o seu próprio pessoal para evitar que fossem feitos reféns pelo Hamas.” CAITLINJOHNSTONE.
  • “O que assistimos nos cinco jogos de Portugal foi a presença de um ativo especulativo em campo no meio de trabalhadores da indústria do futebol. Esse ativo é resultado da suas conquistas do passado (“trabalho morto”) e é co-detido entre Ronaldo e as empresas multinacionais que o rodeiam. No processo, o ativo é uma forma de financiamento da Federação Portuguesa de Futebol e traz benefícios indiretos para indústrias em crise como a comunicação. As decisões do treinador Roberto Martinez fazem mais sentido se deixarmos de parte a hipótese de que o seu objetivo era maximizar o sucesso da seleção das quinas no Campeonato Europeu de Futebol. A grande prioridade era obter o máximo de tempo de Ronaldo em frente a uma câmera. Os paralelos com o professional wrestling, uma prática que segue um guião e tem as suas raízes no desporto são óbvias. Neste, tanto ou mais que as capacidades físicas, o star power de um pro wrestler é vital para a sua carreira. Os atos performativos de Ronaldo antes dos livres diretos têm semelhanças com signature moves dos lutadores de wrestling da WWE. Se o futebol seguisse um guião como o wrestling, provavelmente Cristiano Ronaldo, com a sua popularidade atestada, dominaria os torneios durante décadas.” República dos Pijamas, Cristiano Ronaldo tornou-se um ativo especulativo rodeado de jogadores – Substack.
  • “Tal como Fernando Santos, também Martínez e a federação parecem submeter-se ao lobby CR7. Falta só saber quais serão as contrapartidas desse lobby que é bem mais poderoso que a federação, que o seleccionador, e que ultrapassa o próprio futebol. O poderoso marketing, o recorde imbatível de milhões de seguidores nas redes sociais, são por si só um poder que põe de joelhos a federação e o seleccionador. Poder protegido pelo sigilo de cláusulas contratuais que impõem a presença do atleta nos relvados, a todo o custo, independentemente duma gestão técnica e táctica criteriosa. Enquanto tal se verificar, a presença do lobby será sempre nefasta e corrosiva para a própria selecção. De referir que, após a eliminação do Europeu, “Cris, o nosso capitão”, na linha da sua imagem de marca, simplesmente desertou. Nem uma palavra ao vivo, de conforto, aos milhões de compatriotas anónimos. Uma dimensão humana que não está à altura de um grande atleta.” Hélder Gomes, Público 8jul2024.


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