sexta-feira, 7 de junho de 2024

REFLEXÃO: ABAIXO A PUBLICIDADE AOS COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS

O secretário-geral da ONU chama-lhes “os padrinhos do caos climático”. Guterres apela aos governos para que proíbam a publicidade das empresas de combustíveis fósseis e ao setor dos media para recusar os seus anúncios. 

“Os padrinhos do caos climático - a indústria dos combustíveis fósseis - obtêm lucros recorde e banqueteiam-se com biliões em subsídios financiados pelos contribuintes”, afirmou António Guterres. "É uma vergonha que os mais vulneráveis estejam a ser abandonados, lutando desesperadamente para lidar com uma crise climática para a qual nada contribuíram. 

António Guterres defendeu ainda que “não podemos aceitar um futuro em que os ricos estejam protegidos em bolhas com ar condicionado, enquanto o resto da humanidade é fustigada por condições meteorológicas letais em terras inabitáveis”, embora acredite que “a lógica económica torna inevitável o fim da era dos combustíveis fósseis” e que nos últimos anos houve um grande avanço no investimento em energia limpa como a solar e eólica. 

A Galp é desde há 25 anos patrocinadora oficial da Federação Portuguesa de Futebol, usando a ligação dos adeptos com a seleção nacional para as suas campanhas milionárias desse mesmo “greenwashing”, sobretudo em tempo de grandes competições internacionais como a que tem início a 14 de junho na Alemanha. 

A partir desta semana, os intervalos publicitários em todos os canais de televisão e rádio passam a ser invadidos pela nova campanha da petrolífera para limpar a sua imagem tóxica, desta vez adaptando uma canção de João Pedro Pais, “Nada de Nada”, para entrar no ouvido dos portugueses.

A responsável de marketing da petrolífera, Rute Gonçalves, diz que a campanha serve para “sinalizar que toda a energia é bem-vinda quando nos mobilizamos em torno de objetivos comuns”, leia-se, as vitórias da seleção de futebol. Mas se os adeptos portugueses tiverem por objetivo escapar aos verões com temperaturas acima dos 50°C nas próximas décadas, aí a música já é outra. A empresa anunciou em março que será “improvável” cumprir a meta de energias renováveis para 2025 e semanas depois festejou a descoberta de um poço de petróleo na Namíbia que supostamente dá para abastecer Portugal durante mais de 140 anos, prolongando assim a sua aposta na extração e venda dos mesmos combustíveis fósseis que estão a envenenar o planeta e a contribuir para o aumento da temperatura média global.

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