quinta-feira, 27 de junho de 2024

‘QUANDO PORTUGAL ARDEU’ 11


“Aluno do Liceu António Nobre, Manuel Serrão é, nesse tempo, referido nos jornais por causa das suas atividades extracurriculares. Os rapazes de direita engalfinham-se, ao soco, à paulada e à matraca com os jovens seguidores de Estaline, Trotsky e Mao. Quanto a Serrão, dizem-no ativo junto de movimentos radicais, entre os quais uma denominada ‘Juventude Hitleriana’, que ansiava pelo ‘regresso do fascismo’, e com as diabruras panfletárias nas quais desancava os ‘palhaços fardados’ do ‘comunismo internacional’. Serrão e outros são denunciados ao Ministério da Educação por comissões de gestão das escolas, associações de pais, professores e alunos rivais. Não sem vaidade, ele acabou detido pelo COPCON, ‘a guarda pretoriana de Otelo’, no ‘ano tórrido’ de 1975, embora sem adiantar pormenores sobre as suas façanhas. ‘Éramos um bocado fascistoides’, assume Luís Afonso, contemporâneo de Serrão, também da JC. ‘Pintávamos umas coisas nas paredes, a dizer ‘Angola é nossa’’ e por aí adiante.”

Miguel Carvalho, Quando Portugal ardeu (2017) – Oficina do Livro 2022, p 97.

1 comentário:

OLima disse...

O empresá rio Manuel Serrão, o seu cunha do, António Silva, e o gestor An tónio Sousa Cardoso, ex-presi dente da Associação Nacional de
Jovens Empresários (ANJE), vão ser ouvidos esta manhã no Tri bunal Central de Instrução Cri minal (TCIC), em Lisboa. Os três foram constituídos arguidos no
âmbito da Operação Maestro, bem como três empresas. O Mi nistério Público (MP) suspeita de fraudes na obtenção de subsí dios indevidos de, pelo menos,
39 milhões de euros.
JN 28jun2024.