domingo, 28 de abril de 2024

BICO CALADO

  • “O domínio da direita nos órgãos de informação está a fazer mais uma mistificação, que depois circula com sucesso, não só porque não tem contraditório, mas também porque o espírito de rebanho é muito poderoso. Esta mistificação é despolitizar a parte das comemorações que é mais difícil de “engolir” à direita, que são as manifestações “populares”, com muitas centenas de milhares de pessoas que foram para a rua, muito mais do que é costume, não para comemorar os 50 anos, mas para contrariar aquilo que parece ser a tendência política-eleitoral dos nossos dias: a ascensão do Chega em primeiro lugar e, em segundo, o Governo da AD. Esse foi o grande motivador e, goste-se ou não, não é possível analisar o que se passou sem ter em conta que uma sensação de perda e risco está a mobilizar muita gente contra aquilo que parece ser o statu quo político. (…) A mistificação parte do princípio de que em 2024 há unanimidade à volta do 25 de Abril, o que não é verdade. O modo como à direita, radical, se tem usado como contraponto ao 25 de Abril o 25 de Novembro é objectivamente contra o 25 de Abril, até porque o 25 de Novembro da direita é uma falsificação histórica. Não me parece que o objectivo de criar uma comissão oficial para celebrar o 25 de Novembro seja para homenagear o grande lutador pela democracia em 1975 no plano civil, Mário Soares, ou o partido mais relevante nessa luta, o PS, e os militares do Grupo dos Nove, como Vasco Lourenço ou Sousa e Castro ou Ramalho Eanes e o Presidente Costa Gomes, tudo gente que a direita detesta. E limitar essas comemorações a Jaime Neves, que actuou sob ordens, é um reducionismo absurdo, assim como esquecer o papel decisivo de Melo Antunes, que somou à derrota da esquerda militar no dia 25 a vitória sobre a contra-revolução, recusando no dia 26 ilegalizar o PCP.” José Pacheco Pereira, O 25 de Abril “divide”? Em 2024, divide…, Público 27abr2024.
  • Foram detidos jornalistas por se atreveram a filmar protestos de estudantes e professores numa universidade americana. Os manifestantes acusam a polícia de uso excessivo da força durante as detenções efetuadas num acampamento de protesto contra a guerra na Universidade de Emory, em que uma professora foi arrastada para o chão e detida e outro manifestante foi atingido por um taser. Fonte.
  • “O Reino Unido tem o pouco invejável privilégio de ser o destino número um para estes casos. Oligarcas bilionários, muitas vezes anteriormente condenados e ligados ao crime organizado, vêm para cá para lavar a sua reputação através de processos por difamação — mesmo quando o que foi escrito sobre eles é inteiramente verdade. Pior ainda: na maior parte das vezes, ou ganham os processos ou assustam os seus adversários, levando-os à autocensura, num golpe devastador para o jornalismo de investigação, a liberdade dos media e o interesse público”. Francisco Teixeira da Mota, Intimidar e silenciar as vozes críticas – Público 27abr29024.
  • Os paramédicos e as equipas de salvamento envolvidos na recuperação de corpos de civis de valas comuns no Complexo Médico Nasser em Khan Yunis, localizado no sul da Faixa de Gaza, manifestaram a sua preocupação com o potencial roubo de órgãos por parte das forças israelitas. Após a retirada das forças israelitas da cidade de Khan Yunis, foram descobertas três valas comuns com pelo menos 392 corpos no Complexo Médico Nasser. Segundo a agência noticiosa Wafa, 165 desses corpos continuam por identificar devido a desfigurações. Os vídeos e as fotografias das vítimas mostram sinais de tortura evidentes nos seus corpos, sendo que algumas vítimas foram encontradas algemadas com laços de plástico. Os paramédicos e as equipas de salvamento relataram ter descoberto corpos com as mãos atadas e feridas abdominais cosidas de uma forma incompatível com as práticas médicas na Faixa de Gaza, o que levou a suspeitas de roubo de órgãos. MEM.
  • Biden queria sancionar uma unidade das FDI, mas não o fez porque Israel disse que não. Fonte.

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