quarta-feira, 20 de março de 2024

BICO CALADO

  • O ‘cais temporário’ que está a ser construído na costa mediterrânica de Gaza não serve para aliviar a fome, mas para evacuar os palestinianos para navios e para o exílio permanente. Este esquema funcionou em Beirute, em 1982, quando cerca de oito mil e quinhentos membros da Organização de Libertação da Palestina foram enviados por mar para a Tunísia e outros dois mil e quinhentos acabaram noutros Estados árabes. Israel espera que a mesma deportação forçada por mar funcione em Gaza. Israel, por desígnio, está a criar uma crise humanitária de proporções tão catastróficas, com milhares de palestinianos mortos por bombas, obuses, mísseis, balas, fome e doenças infeciosas, que a única opção será a morte ou a deportação. É no cais que se desenrolará o último ato desta horrível campanha genocida, quando os palestinianos forem conduzidos por soldados israelitas para navios. É muito apropriado que a administração Biden, sem a qual este genocídio não poderia ser levado a cabo, o facilite.” Chris Hedges, O Cavalo de Troia de Israel SheerPost.
  • Israel negou a entrada do chefe da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) na Faixa de Gaza. Reuters.
  • O Primeiro-Ministro irlandês, anfitrião de Biden, explica por que razão os irlandeses têm uma empatia histórica para com os palestinianos, uma vez que a capacidade de empatia com o sofrimento dos palestinianos é exatamente o que Biden não parece ter. Fonte.


Porque é que a Irlanda está do lado da Palestina?
  • “Repete-se a tese benigna e apaziguadora de que o milhão e cem mil de eleitores que votaram no partido da extrema-direita não podem ser todos racistas, xenófobos, machistas e homofóbicos. Não é o que dizem estudos internacionais como o European Social Survey em que os portugueses aparecem no topo do ranking dos povos com maiores preconceitos racistas enraizados. (…) Enfim, é preciso estar muito alienado ou encerrado num condomínio fechado, para não perceber que aquele milhão e cem mil são as pessoas normais do dia a dia. (…) É por isso que fica difícil, depois dos resultados de 10 de março, não andar na rua com ar desconfiado, mirando o próximo de esguelha, com ar zangado. Há um certo receio de que o simpático senhor da confeitaria seja um desses eleitores. Está instalado um clima de desconfiança pelo próximo que, sendo legítimo, é para mim uma espécie de segunda vitória da extrema-direita. Temer o outro, cavar trincheiras, entrar na polarização e na lógica eles contra nós, dividir o Mundo pelo critério ideológico é fazer vigorar o modus operandi e o discurso dos populistas. (…)” Capicua, JN 19mar2024.
  • Manuel Serrão e Júlio Magalhães suspeitos de fraude milionária com fundos europeus. Lusa/O Minho.

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