Bico calado
- “Henry
Kissinger morreu. O antigo secretário de Estado e conselheiro de Segurança
Nacional dos Estados Unidos foi um dos principais rostos do imperialismo global
norte-americano no século XX. Foi responsável pelo massacre de centenas de
milhares de pessoas, apoiou e orquestrou golpes de Estado de extrema-direita,
fomentou guerras civis, desestabilizou regiões inteiras. Tudo para assegurar a
hegemonia norte-americana. E ainda recebeu em 1973 como recompensa o Prémio
Nobel da Paz por negociar os acordos que permitiram aos Estados Unidos sair
finalmente do Vietname. Mas, antes, tudo fez para alcançar a vitória militar,
inclusive ordenar o bombardeamento do Cambodja, matando mais de 500 mil
pessoas. Ainda hoje detonam bombas lançadas pelos norte-americanos no país,
matando e estropiando crianças, homens e mulheres que trabalham nos campos
agrícolas. Kissinger foi quem criou todo o contexto para os facínoras Khmers
Vermelhos surgirem e matarem centenas de milhares de cambojanos. E este é só um
exemplo das consequências das suas decisões, poderia referir Timor-Leste,
Paquistão e Bangladesh, Chile, Vietname, Chipre, Médio Oriente, Angola… Só
houve um Kissinger, mas os seus ensinamentos de “visão mundial”, como lhes
chamam eufemisticamente, são ensinados nas universidades e os seus discípulos
passeiam-se nos corredores do poder da (ainda) principal potência mundial. Foi
um criminoso de guerra cujos crimes fizeram escola, são até elogiados como
exemplo da política realista nas Relações Internacionais. Kissinger era um dos
últimos “guerreiros da Guerra Fria” e o seu pensamento foi sempre consistente:
só ações que reforçassem a superioridade militar e imperial dos Estados Unidos
deveriam ser aplicadas e as ações que diminuíssem ou reforçassem o poder do seu
adversário no sistema internacional deveriam ser evitadas. O direito
internacional era letra morta e todos os movimentos, governos e políticas que
pusessem em causa os interesses dos Estados Unidos, independentemente do que
defendessem (democracia, melhores salários, serviços públicos de qualidade),
deveriam ser aniquilados. É este o seu legado. O trajeto de
Kissinger é um caso exemplar de como um criminoso de guerra nunca precisou de
reabilitação. George Bush filho, Tony Blair, José Maria Aznar e José Manuel
Durão Barroso são aprendizes a comparar com Kissinger. E, tal como o diplomata
agora falecido, escaparam impunes a mais de um milhão de mortes que causaram no
Iraque. Kissinger morreu, mas há outros kissingers por aí.” Ricardo Cabral
Fernandes, Setenta e Quatro. Sinais da mão
comprida de Kissinger em Portugal: (1), (2), (3), (4), (5), (6) e (7).
- Há cada vez
mais provas que indicam que muitos israelitas que morreram em 7 de Outubro
foram mortos pelos militares israelitas. Entretanto, o governo israelita impõe
a lei da rolha sobre os cativos libertados de Gaza para evitar maiores danos à
narrativa oficial. WYATT REED e MAX BLUMENTHAL, The Grayzone.
- Crime horrível
descoberto no Hospital Al Rantisi. Depois de as forças invasoras israelenses terem
forçado a evacuação de todos os médicos e funcionários, o CICV prometeu que os
bebés da UTIN seriam levados para um local seguro. Os pais voltaram ao hospital
e encontraram os seus bebés prematuros mortos nas incubadoras. Fonte.
- Nenhum
protesto sobre os investimentos da família de Rishi Sunak em Israel. Phil
Miller, Declassified UK.
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