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domingo, 26 de novembro de 2023

Bico calado

  • “(...) Denunciar a política criminosa do actual Governo de Israel e da maior parte dos seus antecessores para com os palestinianos não é justificar o terrorismo do Hamas ou outros, é simplesmente um acto de honestidade intelectual. Enquanto isto não for aceite por todos, não é possível avançar em direcção alguma. Achar que Israel pode desrespeitar dezenas de resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e continuar a ser tratado como um dos “nossos” equivale a renunciar à denúncia e ostracização dos países que deliberadamente vivem à margem da lei. (...) o que hoje temos no terreno, e à vista de quem não feche os olhos, é um Estado terrorista a combater uma organização terrorista à custa de uma população civil e da destruição à bomba de prédios, hospitais, escolas, mesquitas e campos de refugiados. (...)” Miguel Sousa Tavares, Sem olhos em Gaza – Expresso 24nov2023.
  • O exército e o governo israelita já sabiam, quando lançaram a sua campanha de propaganda sobre al-Shifa, que o Hamas não tinha instalações de comando e controlo militar escondidas ali porque já tinha encontrado o complexo a quilómetros de distância. A verdadeira história do esforço israelita para vender o seu argumento de que o Hamas assumiu o controlo de al-Shifa e de outros hospitais para coordenar ataques é um enorme embuste dirigido aos media e à opinião pública dos EUA, a fim de justificar a guerra de destruição da população de Gaza por parte de Israel. Essa campanha de embuste teve o apoio total da administração Biden, que é igualmente culpada de enganar o povo americano no seu apoio a uma guerra ilícita israelita. O fracasso desta campanha de propaganda israelita foi tão decisivo que a maioria dos principais media se distanciaram explicitamente das alegações israelitas sobre al-Shifa, e vários mostraram repórteres de campo ou analistas no estúdio a declarar explicitamente que as provas apresentadas pelos israelitas não comprovaram o seu argumento. Gareth Porter, Consortium News.
  • Netanyahu mandou a espionagem israelense sabotar grupos de estudantes nos EUA que lutam pelos direitos palestinos. Espiões israelenses foram captados por câmeras escondidas atuando através da AIPAC e da Israel on Campus Coalition O FBI não fez nada para impedir isso. JAMES BAMFORD, The Nation.
  • Pelo menos 79 empresas britânicas estão envolvidas na cadeia de abastecimento do avião de guerra F-35 que os militares israelitas estão a utilizar no seu ataque aéreo a Gaza. SAM PERLO-FREEMAN, KHEM ROGALY e ANNA STAVRIANAKIS, Declassified UK.

  • “Em Gaza, não há ‘pós-traumáticos’ porque o trauma é repetitivo e contínuo.” Samah Jabr, psiquiatra e psicoterapeuta palestino. Fonte.
  • Casa Branca receia que uma breve pausa no massacre israelita de civis em Gaza permita aos jornalistas relatar a verdade sobre o massacre, porque prejudicará os interesses informativos dos EUA e de Israel. Eles receiam que o público se torne mais consciente dos factos e da verdade”, escreve Caitlin JohnstoneNão é por acaso que, continua ela, “o império dos EUA prende Julian Assange por fazer bom jornalismo sobre os crimes de guerra dos EUA e é por isso que Israel tem uma história de décadas de ameaças e ataques a jornalistas.”. E pormenoriza: “Durante a campanha de bombardeamento de Israel em Gaza em 2021, as FDI teriam como alvo mais de 20 instituições de imprensa palestinianas no enclave, bem como a torre que albergava a AP e a Al Jazeera. Durante o atual ataque, Israel já matou dezenas de jornalistas palestinianos, por vezes bombardeando as suas casas onde vivem com as suas famílias. A campanha das FDI para eliminar repórteres inconvenientes fez com que o Comité para a Proteção dos Jornalistas classificasse este conflito como o mais mortal alguma vez registado para jornalistas em qualquer lugar.” E conclui: “Tanto os EUA como Israel têm atacado a imprensa desta forma porque os seus governos entendem que quem controla a narrativa controla o mundo. Eles entendem que enquanto o poder controla o que acontece, também controla o que as pessoas pensam sobre o que acontece. A consciência humana é dominada por narrativas mentais, por isso, se conseguirmos controlar as narrativas dominantes da sociedade, podemos controlar os humanos. É por isso que os poderosos têm conseguido permanecer no poder na nossa civilização – porque eles compreendem isso, enquanto nós, o público, geralmente não. É por isso que nos bombardeiam com propaganda ininterrupta nos meios de comunicação de massa, é por isso que trabalham para censurar a Internet, é por isso que Julian Assange definha na prisão, é por isso que Israel assassina rotineiramente jornalistas, e é por isso que a Casa Branca tem medo do que acontecerá se os repórteres conseguirem entrar com as suas câmeras em Gaza.”

  • Imagens de vídeo mostram Stuart Seldowitz, antigo conselheiro de segurança nacional do presidente Obama, que também trabalhou no Departamento de Estado dos EUA, expressando sentimentos anti-islâmicos radicais em relação a um egípcio que dirigia um carrinho de comida halal na cidade de Nova Iorque, EUA. O energúmeno encontra-se em ‘liberdade supervisionada.’ The Gateway Pundit.

  • "Expresso ‘trinca’ 23.985 euros para fazer notícias sobre dentes e saúde oral. A cobertura noticiosa sobre saúde oral nestas duas semanas – que incluiu mesmo declarações políticas do ministro da Saúde – apenas foi possível não pelo interesse editorial, mas para cumprir um contrato de prestação de serviços no valor de 23.985 euros, que consta no Portal Base, uma vez que as ordens profissionais são equiparadas a entidades públicas. Como o montante sem IVA é inferior a 20 mil euros, a OMD e a Impresa – proprietária do Expresso – evitaram ter de expor por escrito uma evidência: o pagamento só seria feito se houvesse notícias na versão online e em papel, com a cobertura numa determinada abordagem." Página Um.

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