Os pescadores capturam acidentalmente muitos animais, como tubarões, pássaros, baleias e tartarugas. No Golfo da Biscaia, são principalmente os golfinhos que ficam presos nas redes e, uma vez enredados, têm poucas hipóteses de sobreviver.
Mais de 1.000 golfinhos apareceram na costa atlântica francesa desde dezembro de 2022. É provável que a maioria desses animais tenha-se afogado após serem acidentalmente apanhados em redes de pesca. Desde 2016, o número de golfinhos que chegam à costa aumentou significativamente – com a grande maioria dos animais mostrando sinais de captura acidental. Em 2020, quase 1.300 golfinhos mortos deram à costa atlântica francesa, dois terços dos quais morreram como resultado de captura acidental.
Embora estes números pareçam elevados, os encalhes representam apenas 10% a 20% do número total de mortes. De acordo com o Observatório Pelagis, entre 6.000 e 10.000 golfinhos são mortos todos os invernos no mar, um número preocupante considerando que apenas cerca de 200 mil vivem na região.
Em março de 2023, o Conseil d'État francês, que é o consultor jurídico do governo, pediu ao Estado que fechasse certas áreas da baía para ajudar a recuperação da população de golfinhos. Em resposta a este pedido, o governo francês elaborou um projeto de decreto que estabelece medidas para reduzir as capturas acessórias. Estas medidas incluem uma proibição anual de um mês da pesca de arrasto pelágico e da pesca com redes de emalhar, que permanecerá em vigor até 2026. No entanto, os navios podem obter uma isenção se se comprometerem a utilizar dispositivos dissuasores como os pingers.
Os encerramentos
são apoiados por cientistas e grupos de conservação da natureza como uma
solução de emergência. Mas as consequências podem ser desastrosas para a
indústria pesqueira.
Marie Lecoq, Euronews.
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