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terça-feira, 24 de outubro de 2023

Bico calado

Créditos: DE, Correia de Araújo, Google Maps, Filomena Figueiredo.

  • A Junta de Freguesia de Silvalde quer mandar consertar dois barcos da arte xávega colocados no jardim em frente à sua sede e na praia do Pau da Manobra. O seu conserto não se faz porque os artistas competentes querem que lhes paguem o serviço mas não querem passar a respetiva fatura, admite o presidente citado pelo Defesa de Espinho. Por isso, apela à colaboração de voluntários solidários. Servirá isto como aviso para outros barcos lançados na praia do Pau da Manobra, no Museu e na praça da Câmara? Estes barcos em fim de vida, descartados para exibir património, não merecem este fim, especialmente se tivermos em conta os milhares de quilos de petingas e pequenas fanecas que trouxeram nas redes que varreram o fundo do mar da nossa orla costeira.
  • “Novas informações sobre o projeto de constituição da SAD no Sporting Clube de Espinho já deram à costa. Bernardo Gomes de Almeidapresidente do clube espinhense, revelou que Howard Lord - empresário inglês, de 40 anos - é o “parceiro financeiro” por trás da futura sociedade desportiva. Caso o projeto venha a ser aprovado, o clube será o detentor maioritário das ações (60%) da SAD, ao passo que o investidor ficará com 40%.” Maré Viva de 18out2023, Hoard Lord – o investidor por trás da futura SAD do SC Espinho, que ficará sempre sob controlo do clube. Nesta notícia, omite-se que o ‘salvador’ dos ‘tigres’ é empresário imobiliário em Manchester. Na abertura da notícia, ’(...) já deram à costa’ não nos transmite uma imagem de ‘salvação’ ou ‘recuperação’. Pelo contrário, sugere-se naufrágio.
  • Câmara de Cascais paga 180 mil euros ao Continente por produtos que custam 14 mil. Página Um.
  • “Mas o jornalismo de hoje não é um verdadeiro jornalismo. É um sucedâneo adulterado, que confiscou a denominação. No jornalismo de hoje já não estão jornalistas nas cúpulas, nas chefias: estão sobretudo marketeers e directores comerciais travestidos de jornalistas encarteirados mas preocupados com as suas vidinhas, as suas casas de férias, as propinas dos filhos no colégio privado e as remodelações da cozinha (se fosse da biblioteca, seria menos mau; seria sinal de alguma erudição). Hoje, o jornalismo de investigação e de denúncia – que é a essência pura da imprensa – está varrido das redações, e dá-me uma dor de alma perceber como as parcerias comerciais com autarquias, Estado e empresas privadas estão a matar o jornalismo – e de uma forma pornográfica, sendo os diretores e diretoras de alguns órgãos de comunicação social os protagonistas, de perna aberta. Hoje, há temas e escândalos que jamais serão notícia. Hoje, o homem que mordeu o cão só será notícia se o homem que mordeu o cão não tiver uma parceria comercial com órgãos de comunicação social. Hoje, perdidos os tintins, quase só nos resta um jornalismo pipi. (...) Hoje, há notícias que simplesmente são engavetadas ou nunca recebem luz verde. Ou então são despidas de qualquer polémica, usando-se estilos inócuos e fofinhos. Os próprios jornalistas têm medo, ou são formatados para não se arriscarem o confronto com os poderes instalados, a menos que aqueles estejam em desgraça ou em aparente queda. Os supostos reguladores (ERC, CCPJ e até, enfim, o Sindicato dos Jornalistas (mais um seu apêndice chamado Conselho Deontológico) são hoje instrumentos sobretudo de condicionamento do jornalismo independente, para, através de pareceres e recomendações que não passear de bitates, dar uma capa de impunidade aos infractores, e com a inacção darem uma ideia de que não existem vergonhas na classe. Quanto mais denúncias o PÁGINA UM faz da promiscuidade que se vive na imprensa mainstream, mais ataques recebe dos supostos reguladores.” PáginaUm.

Adeptos do Celtic de Glasgow manifestam publicamente o seu apoio ao povo palestiniano.

  • A Upday, uma aplicação do maior agregador de notícias europeu, propriedade da alemã Axel Springer, está instruindo jornalistas a cobrir a guerra em Gaza com uma inclinação pró-Israel. Daniel Boguslaw, The Intercept.
  • Malásia desiste da feira do livro de Frankfurt, culpando a posição pró-Israel da organização por ter contribuído para o cancelamento de uma cerimónia da entrega de um prémio à escritora palestiniana Adania Shibli. Ella Creamer, The Guardian.
  • O governo dos EUA pode ser cúmplice, perante o direito internacional, no corrente genocídio do povo palestino por Israel, alertou um grupo de juristas e o promotor do Tribunal Penal Internacional à administração Biden. Alice Speri, The Intercept.
  • O Arcebispo da Cantuária afirma que está “apontando o dedo ao Hamas”, mas diz que “não vamos julgar” quando questionado sobre aqueles que apontam o dedo ao governo israelita. Channel 4.

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