Bico calado
- “(...) acompanho
este tema do aquecimento global desde os anos 90, incluindo a altura em que
Portugal era liderado pelo mesmo homem que fala agora em “ebulição global”, esse então primeiro-ministro [António Guterres] que, em 1997, mandou o
nosso país negociar na União Europeia a possibilidade de não se ter de cumprir
as metas do Protocolo de Quioto – ou seja, que as emissões pudessem aumentar
27% –, porque era preciso desenvolver.” Pedro Almeida Vieira, Página Um.
- Alguém leu as conclusões do BRICS e do G20? Pedro Tadeu –
DN 13set2023
- "O ponto
de partida nas reuniões da MATBAPS era que os imigrantes ilegais não deveriam
ter acesso a benefícios e serviços públicos, ou que o acesso deveria, pelo
menos, ser fortemente restringido. A dificuldade estava em saber como.
Como é que o governo poderia aumentar a pressão sobre os imigrantes ilegais
numa altura em que a crise financeira global tinha desencadeado um esforço de
austeridade em todo o sector público que estava a levar a reduções drásticas de
financiamento e a cortes de emprego em todos os departamentos governamentais,
entre os quais o Ministério do Interior? O Governo
adoptou uma nova e inspirada abordagem - a externalização dos controlos de
imigração para um novo conjunto de pessoas que teriam de trabalhar como agentes
de imigração amadores e não remunerados. Proprietários, médicos, professores,
pessoal hospitalar, funcionários da DVLA e funcionários municipais teriam de
verificar o estatuto de imigrante antes de prestarem serviços. Os imigrantes
teriam de provar repetidamente o seu direito a estar cá. As ocasiões em
que seria necessário apresentar um passaporte multiplicar-se-iam. (...) A linha dura
do Ministério da Administração Interna queria ir mais longe, esperando obrigar
as escolas a denunciar os pais sem documentos às equipas de controlo da
imigração. 'Francamente, a única forma de localizar as pessoas com mais
confiança está relacionada com o futuro dos seus filhos, porque é isso que
interessa a toda a gente', disse o conselheiro sénior. 'Queríamos que as
escolas pudessem fornecer informações às autoridades'. No entanto, esta
política acabou por ficar pelo caminho desde o início, bloqueada pelos membros
mais liberais do Governo, que a consideraram pouco ética." Amelia Gentleman, The Windrush betrayal – Guardian Faber 2019,
pp 124-125. Trad. OLima.
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