quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Bico calado

  • “(...) acompanho este tema do aquecimento global desde os anos 90, incluindo a altura em que Portugal era liderado pelo mesmo homem que fala agora em “ebulição global”, esse então primeiro-ministro [António Guterres] que, em 1997, mandou o nosso país negociar na União Europeia a possibilidade de não se ter de cumprir as metas do Protocolo de Quioto – ou seja, que as emissões pudessem aumentar 27% –, porque era preciso desenvolver.Pedro Almeida Vieira, Página Um.
  • Alguém leu as conclusões do BRICS e do G20? Pedro Tadeu – DN 13set2023

  • "O ponto de partida nas reuniões da MATBAPS era que os imigrantes ilegais não deveriam ter acesso a benefícios e serviços públicos, ou que o acesso deveria, pelo menos, ser fortemente restringido. A dificuldade estava em saber como. Como é que o governo poderia aumentar a pressão sobre os imigrantes ilegais numa altura em que a crise financeira global tinha desencadeado um esforço de austeridade em todo o sector público que estava a levar a reduções drásticas de financiamento e a cortes de emprego em todos os departamentos governamentais, entre os quais o Ministério do Interior? O Governo adoptou uma nova e inspirada abordagem - a externalização dos controlos de imigração para um novo conjunto de pessoas que teriam de trabalhar como agentes de imigração amadores e não remunerados. Proprietários, médicos, professores, pessoal hospitalar, funcionários da DVLA e funcionários municipais teriam de verificar o estatuto de imigrante antes de prestarem serviços. Os imigrantes teriam de provar repetidamente o seu direito a estar cá. As ocasiões em que seria necessário apresentar um passaporte multiplicar-se-iam. (...) A linha dura do Ministério da Administração Interna queria ir mais longe, esperando obrigar as escolas a denunciar os pais sem documentos às equipas de controlo da imigração. 'Francamente, a única forma de localizar as pessoas com mais confiança está relacionada com o futuro dos seus filhos, porque é isso que interessa a toda a gente', disse o conselheiro sénior. 'Queríamos que as escolas pudessem fornecer informações às autoridades'. No entanto, esta política acabou por ficar pelo caminho desde o início, bloqueada pelos membros mais liberais do Governo, que a consideraram pouco ética." Amelia Gentleman, The Windrush betrayal – Guardian Faber 2019, pp 124-125. Trad. OLima.

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