A IP já mandou abater este ano 429 árvores no troço da Estrada Nacional 114 que atravessa o concelho de Rio Maior, com maior incidência na zona entre Azambujeira e São João da Ribeira, e prevê-se ainda mais 60 abates de árvores até à conclusão da intervenção, que começou em fevereiro. Este abate, que inclui 55% de espécies invasoras como acácias e ailantos, “reveste-se da maior importância, pois estas, dada a sua enorme capacidade de proliferação, constituem um grave e crescente problema para a segurança rodoviária”, sublinha a IP. Porém, foram também abatidos exemplares de espécies como o carvalho, o cipreste ou o freixo. A IP garante estar a cumprir a lei no que respeita à gestão da rede secundária de faixa de gestão de combustível, que obriga ao abate de árvores, de modo a garantir afastamentos mínimos entre copas. Destaca ainda que as atividades de poda e abate de árvores na EN114 foram precedidas do respetivo parecer técnico da especialidade para avaliação das necessidades de intervenção, na sequência das inspeções realizadas em janeiro e fevereiro de 2023.
João Correia, morador na Ribeira de S. João, manifesta-se indignado: “Qual o
contributo de um carvalho-cerquinho isolado, com 80 cm de diâmetro no pé, a
cerca de três metros da estrada, para o agravamento de um incêndio? Ou qual o
racional de remover um renque completo de freixos que ajuda a evitar movimento
de massa num talude inclinado junto à estrada, numa zona sem contínuo
florestal? Será que não se banalizou o corte de árvores de grande porte,
algumas centenárias, como se fossem simples ervas que voltam a crescer passado
alguns meses, com efeitos muito duvidosos na almejada prevenção de incêndios?”
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