sábado, 19 de agosto de 2023

Bico calado

  • “A tese dedoutoramento de André Peralta Santoso actual director-general interino da Saúde, apresentada em abril passado na Universidade de Washington mostra um cenário desastroso para os doentes não-covid tratados em hospitais públicos durante os dois lockdowns impostos pelo Governo no segundo trimestre de 2020 e nos primeiros quatro meses de 2021. Apesar de se ter conseguido o efeito de aliviar o fluxo de doentes, supostamente para direcionar meios para tratar doentes com covid-19, a taxa de mortalidade aumentou significativamente para as outras patologias, sobretudo no lockdown entre Janeiro e Abril de 2021. Um dos dados mais desconcertantes desta tese de doutoramento de André Peralta Santos acaba também por ser a admissão de que os óbitos atribuídos à covid-19 pelas autoridades de saúde portuguesas terão sido fortemente inflacionados. De acordo com um diagrama inserido na página 60 da sua tese, o director-geral da Saúde aponta para a contabilização de 11.170 óbitos por covid-19 em meio hospitalar até Abril de 2022, embora os dados oficiais registassem um número de mortes acima dos 22.300.Página Um.

  • No princípio, a migração filipina para os Estados Unidos provocou pouca oposição. O seu número era ainda relativamente pequeno em comparação com outros grupos. Como súditos coloniais americanos, eles eram ignorados ou elogiados como sendo ‘bons cidadãos’. Mas, à medida que o seu número começou a aumentar sem parar na década de 1920, eram cada vez mais vistos como um ‘problema’. Não mais contidos numa distante colónia americana, os filipinos na América simbolizavam a contradição inerente entre o colonialismo americano e as políticas benevolentes de assimilação nas Filipinas, por um lado, e a exclusão asiática e o racismo doméstico nos Estados Unidos, por outro. Especialmente durante a Grande Depressão, os filipinos eram cada vez mais descritos como asiáticos indesejáveis, outra ‘invasão asiática’ que foi pior do que a dos chineses, japoneses e sul-asiáticos que já haviam sido excluídos com sucesso em 1924. Repetindo argumentos anti-asiáticos anteriores, os nativistas alegavam que o presente caso da imigração filipina era verdadeiramente o pior e mais perigoso dos problemas de imigração asiática. Os filipinos eram retratados como um 'povo atrasado, incivilizado, selvagem nu', que tinha tendências criminosas e que nunca faria bons cidadãos dos EUA." Erika Lee & Judy Yung, Angel Island, immigrant gateway to America – Oxford University Press 2010, p 279.

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