Bico calado
- “A tese dedoutoramento de André Peralta Santos, o actual
director-general interino da Saúde, apresentada em abril passado na
Universidade de Washington mostra um cenário desastroso para os doentes
não-covid tratados em hospitais públicos durante os
dois lockdowns impostos pelo Governo no segundo trimestre de 2020 e
nos primeiros quatro meses de 2021. Apesar de se ter conseguido o efeito de
aliviar o fluxo de doentes, supostamente para direcionar meios para tratar
doentes com covid-19, a taxa de mortalidade aumentou significativamente para as
outras patologias, sobretudo no lockdown entre Janeiro e Abril de
2021. Um dos dados mais desconcertantes desta tese de doutoramento de André Peralta
Santos acaba também por ser a admissão de que os óbitos atribuídos à covid-19
pelas autoridades de saúde portuguesas terão sido fortemente inflacionados. De
acordo com um diagrama inserido na página 60 da sua tese, o director-geral da
Saúde aponta para a contabilização de 11.170 óbitos por covid-19 em meio
hospitalar até Abril de 2022, embora os dados oficiais registassem um número de
mortes acima dos 22.300.” Página Um.
- “No princípio,
a migração filipina para os Estados Unidos provocou pouca oposição. O seu
número era ainda relativamente pequeno em comparação com outros grupos. Como
súditos coloniais americanos, eles eram ignorados ou elogiados como sendo ‘bons
cidadãos’. Mas, à medida que o seu número começou a aumentar sem parar na década
de 1920, eram cada vez mais vistos como um ‘problema’. Não mais
contidos numa distante colónia americana, os filipinos na América simbolizavam
a contradição inerente entre o colonialismo americano e as políticas
benevolentes de assimilação nas Filipinas, por um lado, e a exclusão asiática e
o racismo doméstico nos Estados Unidos, por outro. Especialmente durante a
Grande Depressão, os filipinos eram cada vez mais descritos como asiáticos
indesejáveis, outra ‘invasão asiática’ que foi pior do que a dos chineses,
japoneses e sul-asiáticos que já haviam sido excluídos com sucesso em 1924. Repetindo
argumentos anti-asiáticos anteriores, os nativistas alegavam que o presente
caso da imigração filipina era verdadeiramente o pior e mais perigoso dos
problemas de imigração asiática. Os filipinos eram retratados como um 'povo
atrasado, incivilizado, selvagem nu', que tinha tendências criminosas e que
nunca faria bons cidadãos dos EUA." Erika Lee & Judy Yung, Angel Island, immigrant
gateway to America – Oxford University Press 2010, p 279.
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