sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Bico calado

  • “(…) Quando se beija a mão a uma alta entidade religiosa, um Cardeal, um Papa, enfim, gente do alto, beija-se o anel, não a mão - a parte com pele. Além de anti-higiénico, é embaraçoso para o homenageado. Claro que o senhor, na condição de Chefe de Estado, nem devia fazê-lo. Também não devia prostra-se de tal modo - aquelas vénias ainda lhe arranjam uma hérnia discal. Mais adequado é dar um laico bacalhau à autoridade religiosa. O aperto de mão chega. Se alguém devia beijar a mão a alguém, deveriam ser as autoridades religiosas a beijar-lhe a sua, que tem uma legitimidade que do povo lhe vem, enquanto a deles decorre de uma entidade da qual ninguém consegue, sequer, provar a existência. (...) Uma recomendação final: não deve V.Exa., em caso algum, abanar o esqueleto e todas as partes que nos garantem uma condição ortopédica saudável, sobretudo se o cumprimentado por V.Exa. for pessoa idosa e de saúde frágil. Por exemplo, o cumprimento que V.Exa. fez ao Papa à sua chegada teve mais de atentado que de saudação. (...)”. José Gabriel.
  • Agricultor palestiniano perde 10.000 dólares após colonos incendiarem as suas colmeias. MEM.

  • "Este cartoon publicado no The Wasp em 1881 mostrava os receios dos californianos brancos em relação à imigração chinesa e invocava uma comparação entre São Francisco e Nova Iorque. Enquanto Nova Iorque recebia imigrantes europeus nas costas americanas, São Francisco temia os efeitos desastrosos da imigração chinesa. Como resultado, uma estátua de um chinês na Baía de São Francisco zomba da Estátua da Liberdade de Nova Iorque, então em construção. As suas roupas esfarrapadas, a fila de rabo de rato, características faciais estereotipadas e cachimbo de ópio simbolizam a inassimilabilidade e imoralidade dos chineses. A mensagem de que a imigração chinesa traria destruição à Califórnia e a toda a nação fica clara com o crânio sobre o qual a estátua repousa o pé, os ratos correndo à volta do pedestal, os navios naufragados e os alicerces da estátua em ruínas, a lua inclinada e os raios de luz que emanam da cabeça do chinês informando os leitores que os chineses traziam "sujidade", "'imoralidade', 'doenças' e 'ruína do trabalho branco'." (By George Frederick Keller, The Wasp, November 11, 1881. San Francisco History Center, San Francisco Public Library) Erika Lee & Judy Yung, Angel Island, immigrant gateway to America – Oxford University Press 2010, p 74.

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