Bico calado

• “A promoção do consumo conspícuo na era das desigualdades pornográficas nestas duas revistas semanais é sazonal como os incêndios. O porno-riquismo também tem custos sociais de monta. Os benefícios são privados e incluem umas experiências gratuitas para um ou outro jornalista.  O porno-riquismo tem “mandamentos” e tudo, informa pecaminosamente a Sábado: “Mandamento número 1: nunca dizer não” aos pedidos dos ricos. Diz que é “difícil surpreendê-los e a hotelaria de luxo não se poupa a esforços para consegui-lo ‘dentro da legalidade’, frisam”. Este frisam é todo um programa num contexto em que o dinheiro é a lei. Não é por acaso que há cada vez mais investigação sobre os abusos e patologias associados à riqueza extrema.” João Rodrigues, O porno-riquismo tem mandamentos – Ladrões deBicicletas.

• Vários artefatos antigos raros roubados do Iémen vão ser leiloados em Israel. MEM.

• Economia desacelerou com a Jornada do Papa em Portugal. Menos dormidas em hotéis, menos consumo em restaurantes, menos compras no comércio. Empresários queixam-se. Indicador do Banco de Portugal mostra que houve uma aterragem suave até 5 de agosto, o penúltimo dia do Papa no país. Luís Reis Ribeiro, DN. Os mui nobres, patriotas e valentes empreendedores terão aplicado velhos truques da economia paralela. 

• "Mesmo com instalações como as de Raymondville, o governo federal não opera centros de detenção suficientes por conta própria. Com apenas vinte e duas instalações administradas pelo governo em operação em 2009, o governo terceirizou em grande parte a detenção de imigrantes para empreiteiros privados de alto preço, como a Corrections Corporation of America. Sessenta e sete por cento de todos os imigrantes detidos estão alojados numa manta de retalhos em rápido crescimento de mais de 350 cadeias municipais e estaduais, prisões lucrativas e centros de detenção federais, onde são integrados com o resto da população prisioneira. (...) Ao contrário dos centros de imigração de Angel Island ou Ellis Island, que estavam centralmente localizadas em grandes áreas metropolitanas e perto de comunidades de imigrantes, as famílias e os defensores dos centros de detenção de imigrantes de hoje estão frequentemente localizados em desertos e zonas de armazéns industriais.  Os detidos são encarcerados pelo tempo que for preciso para que a decisão final seja proferida. Os registos governamentais diferem quanto à duração da detenção - de uma estada média de trinta e sete dias a dez meses. (...) Os detidos de hoje estão confinados por períodos muito mais longos do que os de Angel Island e de Ellis Island. Em Ellis Island, a maioria ficava apenas uma noite, aguardando dinheiro ou a chegada de parentes.  Angel Island, quase 60% dos detidos ficavam menos de três dias, enquanto os imigrantes chineses, que eram 70% da população detida, tinham uma estadia média de duas a três semanas.” Erika Lee & Judy Yung, Angel Island, immigrant gateway to America – Oxford University Press 2010, pp 320-321.