Bico calado
- Os donos da Perenco, a família Perrodo, investiram mais de 460 milhões de libras esterlinas, a partir de paraísos fiscais, em empreendimentos imobiliários de Londres a Espanha e criaram uma carteira de investimentos com mais de 2 mil milhões de euros de ativos no Luxemburgo, tudo à pála da fuga a impostos. Maxence Peigné, Manuel Rico, Leïla Miñano e Paulo Pena, IE.
- Um antigo quadro superior da Perenco elaborou um plano de herança de um milhão de euros para os seus netos, em parte facilitado pela sua filha, a ministra francesa da transição energética, Agnes Pannier-Runacher. A investigação, conhecida por Runachergate, com as suas revelações sobre o dinheiro de paraísos fiscais e as ligações à Perenco, tornou-se um escândalo político em França e deu origem a acesos debates parlamentares sobre potenciais conflitos de interesses. Maxence Peigné, Leïla Miñano, Manuel Rico, Geoffrey Livolsi e Mathias Destal, IE.
- A Perenco, a principal empresa petrolífera independente da Europa, pagou mais de 1 milhão de dólares a empresas ligadas ao antigo presidente da RDC, Joseph Kabila, que estão no centro de várias investigações de desvio de fundos. A República Democrática do Congo é a quinta nação mais pobre do mundo e a Perenco é o seu único produtor de petróleo. Leïla Miñano, Maxence Peigné e Yann Philippin, IE.
- A filha do presidente do Congo-Brazzaville, Julienne Sassou-Nguesso, obteve secretamente 15% de uma subsidiária da Petronor, cotada em Oslo, o parceiro minoritário da Perenco numa lucrativa licença de perfuração. Graças a um acordo de bastidores, Julienne Sassou-Nguesso teve direito a milhões em dividendos do campo petrolífero explorado pela Perenco. Outros actores envolvidos no esquema incluem o genro do presidente. Maxence Peigné, Amund Trellevik e Leïla Miñano, IE.
- "Quando o governo trabalhista neozelandês de David Lange foi eleito em 1984, proibiu as armas nucleares e os navios com armas nucleares nas águas da Nova Zelândia e promoveu a ideia de uma zona verdadeiramente livre de armas nucleares no Pacífico Sul. Foi, por isso, expulso do Pacto ANZUS pelos Estados Unidos, com o apoio zeloso do Governo australiano. A posição da Nova Zelândia foi partilhada pela maioria dos governos do Pacífico Sul. Foi calorosamente apoiada pelo novo governo trabalhista das Fiji. Quando, em 1987, o Coronel Rabuka invadiu o Parlamento das Fiji com uma arma e pôs fim à democracia fijiana, as suas ações foram saudadas em Washington. "Ficámos muito contentes", disse um funcionário do Pentágono. De repente, os nossos navios [armados] não podiam ir às Fiji e agora, de repente, podem. Divertimo-nos um pouco com a notícia". John Pilger, A secret country (1989) – Vintage 1992, p 363.
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